Os homens ganham mais do que a maioria das mulheres! Ponto! É uma evidência clara, transversal em quase todos os países, em quase todas as sociedades. Até aqui nada de novo!
Sem querer transparecer um discurso tendencioso ou feminista, apenas e só, porque sou mulher, este fosso da desigualdade entre homens e mulheres levanta, a meu ver, uma série de outras questões, principalmente ao nível social.
Não me cabe na razão, que uma mulher tenha ou deva ganhar menos apenas porque é mulher… não me cabe na razão que uma mulher tenha muitas vezes que se submeter a situações de uma violência emocional atroz e, por vezes, física, apenas porque não tem poder financeiro. Não concebo que grande parte das situações de pobreza que abundam por esse mundo fora tenham, em grande parte, mulheres como protagonistas.
Ao serem diminuídas no seu valor em relação aos salários e ao trabalho, as mulheres perdem a sua voz, uma vez que não lhes são dadas as mesmas condições, uma vez que não têm acesso, muitas vezes, a estabilidade e segurança sociais. No que ao trabalho diz respeito, as suas jornadas de trabalho são mais longas, aliadas ainda ao trabalho não remunerado que fazem dentro de portas, enquanto mães e mulheres. Os salários baixos que auferem não lhes permitem sair desse “estilo” de vida e tudo se torna um ciclo.
É urgente garantir que as mulheres tenham acesso a melhores condições de trabalho! É fundamental que se criem os meios necessários para se reduzir a desigualdade. As mulheres precisam de mais poder aquisitivo. Isso levá-las-ia a um novo patamar, porque, consequentemente, beneficiaria os seus familiares e a comunidade onde estão inseridas…
Se me perguntarem se a pobreza poderia ser erradicada, dando igualdade salarial às mulheres, eu diria que… pelo menos o mundo seria um pouco menos pobre e muito mais justo!