A diversidade de criaturas e seres que vivem na face do nosso planeta é surpreendente. Tantas formas de vida tão estranhas e peculiares, que às vezes, podem parecer vindas de outro planeta e este é o caso do estranho cogumelo Hydellum peckii.
Descoberto e descrito por primeira vez em 1913, pelo norte-americano Howard James Banker, esta espécie de fungo pode ser encontrada na América do Norte, na Europa e em algumas partes da Ásia. É um fungo, que como muitos outros, forma relações ecológicas benéficas com outras espécies de seres vivos, tais como certas árvores e plantas. Esta é uma relação onde este cogumelo aporta nutrientes e água à planta, ou árvore associada e estas concedem-lhe hidratos de carbono e vitaminas.
O Hydellum peckii pode aparecer individualmente, ou em grupos e o que mais chama a atenção nesta espécie, sem sombra de dúvida, é o seu aspecto. Há quem diga que pareça um dente molar a sangrar, pelo que popularmente muitos o chamam de “Dente do Diabo”. A outros lembra um gelado de nata com calda de morango. Porém, apesar deste aspecto que parece tão doce, deve dizer-se que, não sendo venenoso, não é um fungo comestível, pois a textura é excessivamente áspera e o seu sabor amargo e picante.
Este estranho cogumelo pode chegar a crescer de 10 a 11 centímetros de altura e chegar a ter até 20 centímetros de largura. O seu corpo é composto por um talo, que, na sua parte superior, inclui o chapéu do cogumelo e, na parte inferior deste chapéu, as estruturas similares a pequenos dentes, que são como pequenos relevos e onde se produzem os esporos reproductivos, fundamentais para a perpetuação da espécie. O restante do chapéu, quando as condições são optimas, produz um líquido vermelho, bastante chamativo que nada mais é do que um tipo de seiva, formada a partir poros que há no cogumelo.
No entanto, este espectaculo da natureza, só se observa, durante a juventude do cogumelo, pois, com o passar do tempo, interrompe-se a secreção do líquido vermelho, perde-se a textura aveludada e o cogumelo passa a ter um tom creme, que progressivamente vai tornando-se mais escuro, chegando a ser castanho.
É interessante que o ser humano com as suas pesquisas científicas, descobriu que o líquido vermelho desta excêntrica espécie de cogumelo contém um pigmento chamado atromentina, que possui propriedades anti-coagulantes similares à heparina. Para além de que também demonstraram que possui propriedades antibióticas, pelo que há muitos estudos e pesquisas em torno da aplicação médica deste fungo.