China: Internet com restrições

A inevitabilidade de sucumbir à modernização para se manter viva uma ideologia politica, que parecia condenada à morte, foi o caminho encontrado pela poderosa China comunista para se adaptar ao mundo global, onde a informação e o progresso tecnológico são os mantras da população mundial. O acesso ao mundo exterior, através da internet foi permitido, mas com muitas restrições o que torna a internet chinesa diferente das restantes.

O aparelho montado pelo regime chinês para controlar a vida online dos milhões de habitantes deste gigante asiático, é uma rede extensa e dispendiosa que chega a todos os lados. Baseado em motores de buscas próprios e redes sociais concebidas para a realidade local, a internet chinesa é composta por uma lista interminável de “questões sensíveis” que são censuradas pelo departamento de hackers chineses, tornando este veículo numa arma produzida de acordo com os parâmetros do regime vigente.

Qualquer sinal de oposição ou resistência, individual ou colectiva, contra o governo comunista é reprimida de forma exemplar e rigorosa, definindo o tom para futuras insurreições. Activistas que tentam exercer o seu direito de liberdade de expressão, nas redes sociais, são condenados a longos anos de prisão, de modo a assegurar que um pequeno problema não se transforma num problema maior.

No entanto, apesar da máquina cibernética chinesa ser vasta e incisiva no seu trabalho, o número de pessoas com acesso à internet tem vindo a crescer. De acordo com o regulador governamental das telecomunicações, em 2012 o número de utilizadores chineses com acesso à internet atingiu os 564 milhões, representando cerca da 40% da população. Em grande parte impulsionados pelo próprio regime chinês através das políticas adoptadas para promover o uso da internet nos negócios, as previsões apontam para que estes resultados continuem a crescer o que no futuro poderá trazer alguns desafios para o aparelho politico chinês.

Quanto maior o número de utilizadores mais difícil é controlar a informação que é veiculada. Com a evolução da tecnologia, múltiplos são os aparelhos que já dispõem de acesso à internet, por isso, o controlo terá de ser estendido a telemóveis, tablets e outros gadgets que transformaram o acesso à internet em algo comum.

Por mais amplo e competente que seja o controlo da informação e da internet, mais cedo ou mais tarde, será praticamente impossível continuar a reprimir bloggers, activistas e até comuns chineses que apenas querem ser livres de expressar aquilo que pensam.

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