Sem dormir, entre aquela ansiedade bipolar de precisar de desvendar o segredo e desfrutar de uma boa leitura, acabei ontem de madrugada o segundo livro de Robert Galbraith (ou seja, J.K. Rowling a escrever policiais).
Nem sei o que dizer, agora que acabou, mas eu ainda estou a viver nele. Quero dizer que é mesmo bom. E dizer que é uma injustiça (e que boa injustiça!) alguém escrever tão bem fantasia, como a série do Harry Potter, e ter este dom para o policial. Ah e gritar, porque sei que o próximo já saiu em inglês!
Bom, mas vamos a este. The Silkworm começa com um mistério: o desaparecimento de Owen Quine, um escritor não muito conhecido e que é procurado pela sua estranha mulher. Cormoran Strike, um bocadinho cansado dos casos de infidelidade que são a maioria do seu trabalho, acaba por aceitar o caso, mesmo sem saber se será pago. Nada como um bom desaparecimento para agitar as coisas.
É o segundo livro a ser protagonizado por Cormoran Strike, o detective privado filho de um cantor de rock, ex-militar, que perdeu parte da perna direita num bombardeamento no Afeganistão, e pela sua assistente, Robin, que mostrou as suas habilidades para o trabalho de detective no primeiro livro e que avança mais uns passinhos com o seu desejo neste livro. Gosto do facto dos protagonistas serem imperfeitos, de ser um detective sem uma perna, com problemas emocionais e familiares, e de o trabalho causar alguma fricção no noivado de Robin. Tornam-se mais reais. E outro ponto muito importante é que, além do desaparecimento misterioso que têm de resolver, acompanhamos também o que vai acontecendo na vida privada de cada um deles, e, mesmo resolvendo o desaparecimento do escritor, o autor (a autora?) deixa a pairar alguns segredos na vida dos protagonistas. Pois, assim vai ser impossível não ler o terceiro!
Tal como The Cuckoo’s Calling, o primeiro livro, The Silkworm consegue dar-nos uma história constantemente interessante, sempre com algo a acontecer, mas sem parecer forçado. É delicioso de ler e no final uma resposta perfeita que, mais ou menos rebuscada, faz sentido. Aliás, penso que no primeiro livro o crime era mais “natural”, enquanto que neste pode ser mais rebuscado, mas tem a ver com a morte. Neste segundo livro, é muito mais teatral e macabra. Preparem-se! Mas vale mesmo a pena.
E agora, para combater a fase da depressão pós-livro, vou já escolher o próximo da estante!