No dia 17 de Novembro faleceu Anthímio de Azevedo, o homem tempo. O homem que fez do boletim meterológico algo fantástico, um programa mágico que era visto com atenção, por toda a família. Claro que não havia previsões a quinze dias, ou um mês e os avanços nesta ciência eram muito limitados, comparando com os dias de hoje. Daí, ser de extrema importância escutar a palavras do senhor tempo.
A mim pouco me importava se chovia, ou fazia sol. Enquanto criança havia sempre sítio onde brincar, na escola. Mas quase encantado corria para a tevê, hipnotizado pela Primavera de Vivaldi, que anunciava o programa. O seu discurso, cordial e afável, com a pronúncia açoriana faziam o resto. O seu rigor e explicação um pouco mais cuidada colavam o espectador ao ecrã.
Mais tarde, reconheci essa mesma afabilidade e cordialidade, quando aterrei nos Açores. Percebi as maravilhas que guardam aquelas nove ilhas tão particulares, para além do anticiclone, que nos agracia com o bom tempo no continente.
Anthímio está agora nas nuvens, e a previsão, sempre certeira, na palma da nossa mão.