Ant-Man: Homem-Formiga

Todos provavelmente viram The Avengers (2012) e Avengers: Age of Ultron, mas poucos verão Ant-Man e não será por ser um mau filme, é porque não tem um elenco estrondoso – provavelmente mais barulhento que Hulk –, em todas as suas cenas.

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Imagem de Captain American: Civil War

Homem-Formiga é um dos pouco guerreiros cuja história tem uma premissa bastante simpática. Denote que é uma primeira vez que temos um super-herói do tamanho de um insecticida, mais pequeno que o próprio ser humano – que é herói em todos os instantes. Neste caso, a Marvel consegue mostrar as suas verdadeiras garras. Corrobora a ideia de que, independentemente do seu tamanho, os heróis existem – e todos aptos para derrubar vilões (que continuam a não ser tão espertos assim).

De facto, a grande massa consumidora de cinema de heróis não conhecia Paul Rudd, embora o mesmo tenha participado em filmes de indústria, mesmo que em papéis secundários (Virgem aos 40 anos, Um Belo Par…de Patins, És o Maior, Meu!). A partir de agora pode dar graças pela sua fama, alcançada, como o próprio o sabia que ocorreria, com este filme. Tudo, porque a Marvel é o estúdio que mais se preocupa em fotografar novos rostos, ou caras colocadas de parte em Hollywood. Exemplos como o de Robert Downey Jr., que voltou às luzes da ribalta, com milhões de dólares na sua carteira, com o seu Homem de Ferro, Chris Evans que serviu (e, lamentavelmente, mantém esse registo em todos os seus papéis) para deixar suspiros às fãs e Scarlett Johansson, que trabalha a imagem feminina – algo que continua, em grande parte, a ser estereotipada pelos homens, nas super-produções. Ao contrário do que vem sendo habitual, Homem-Formiga consegue, mesmo que por pouco, distanciar-se do modo como se criam heróis, mas prova ainda ser uma hipótese para aumentar a receita (já avultada) desta marca.

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Um pequeno Rudd consegue demonstrar, em pequeno, aquilo que vale. O seu talento, aliado a um senhor, Michael Douglas (ator cuja versatilidade não tem limites) dão um fabuloso crédito à Marvel, contrariando algo que se perdeu com os blockbusters mais recentes (à excepção de Guardians of the Galaxy, de James Gunn). Em dimensões microscópicas, a película revela, graças ao seu não-reconhecido realizador – Peyton Reed –, ser despretensiosa, o que garantirá o seu sucesso daqui por uns anos, como aconteceu com o primeiro Homem de Ferro, de Jon Favreau. De destacar também a figura feminina, aquela que inevitavelmente terá o coração do protagonista, Hope van Dyne (Evangeline Lilly) – abrindo o espaço para o tão desejado universo feminino a solo.

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Mesmo com clichés, vulgares neste género de filmes, Homem-Formiga coloca permanentemente em conflito duas gerações – os velhos e os novos, mas, sobretudo, pais e filhos. É a garantia que o cinema de heróis retifica os erros do(s) pai(s) com o olhar, em toda a sua glória, para o futuro promissor da(s) filha(s). E não são apenas formigas que surgem como parceiras do protagonista. Michael Peña tem, talvez, a melhor forma de “contar uma história” neste ano e um desempenho brincalhão fundamental no Universo Marvel. A juntar ainda as interpretações de Corey Stoll (o vilão, Darren Cross, ou Yellowjacket), Bobby Cannavale, Anthony Mackie (o Vingador Falcão) e Judy Greer (a ex-mulher de Scott Lang).

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Aquela formiguinha que tem por cinema não será gigantesca, mas também não será esmagada. Ant-Man é só mais um objeto característico de uma fórmula tão odiada, ou tão amada pela sua audiência. É mais um herói na sombra de outros, mas que pela sua diferenciada personagem suscita alguma empatia para com o seu público.

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