Turning Red é assim um misto de realidade e ilusão que nos reporta para o mundo das emoções e, o tanto que nos dificultam no caminho da assertividade.
Quem sabe se este não é um filme para todos ou quase todos? Como se abrisse a porta do que é incómodo e não se fala? Que são as emoções e a estranheza que é lidar com elas.
Quem sabe se este, que é um filme animado, chegue às famílias como um pretexto para se falar sobre aquilo que é próprio da adolescência. O ribombar do entusiasmo e do exagero emocional, e se entenda que se prolonga, muitas vezes, ao longo da vida adulta. Assim como, uma espécie de alerta para um mindfulness interior que permitirá a gestão dum tempo seu e de encontro a quem se é. Divago(s).
Produzido por Lindsey Collins e realizado por Domee Shi, é um filme de animação para toda a família.
Com a duração de 2h, “Turning Red – Estranhamente Vermelho”, da Disney e da Pixar, apresenta Mei Lee, “uma miúda de 13 anos, dividida entre continuar a ser a menina bonita da mãe e o caos da adolescência. Protetora, e até um bocadinho exagerada, Ming, nunca está longe da filha, uma infelicidade para uma adolescente. Como se as alterações dos seus interesses, relações e corpo não chegassem, quando fica muito entusiasmada (que é quase SEMPRE) transforma-se num panda vermelho gigante!”
A data de lançamento foi em Março último, disponível no canal Disney-Pixar.
Personagens Vs Elenco
Panda Meilin Rosalie Chiang
Ming Lee Sandra Oh
Robaire Jordan Fisher
Priya Mangal Maitreyi Ramakrishnan
Stacy Frick Lily Sanfelippo
Tyler Nguyen-Baker Tristan Allerick Chen
Jin Lee Orion Lee
Mr. Kieslowski Sasha Roiz
Devon Addie Chandler
Mr. Gao James Hong
Auntie Ping Lillian Lim
Aaron Z. Josh Levi
Auntie Chen Lori Tan Chinn
Miriam Mendelsohn Ava Morse
Tae Young Grayson Villanueva
Grandma Panda Wai Ching Ho
Aaron T. Topher Ngo
Helen Sherry Cola
Lily Mia Tagano
Jesse Finneas O’Connell
Grandma Wai Ching Ho
Em todas as animações existe a personificação de um elemento não humano, que pode ser um objecto ou um animal. Neste Turning Red – Estranhamente Vermelho (tradução em português), há um panda vermelho que aparece sempre que a personagem principal, Mei Lee, uma jovem de treze anos, se entusiasma, ou permite que as emoções que sente a transformem neste animal gigante. Lembrando um pouco o Hulk, verde de raiva.
Metaforicamente registo que a cor vermelha pode ter sido usada porque, de facto, existem pandas vermelhos. Ou, porque a própria cor transmite um poderoso significado de força, podendo ser destrutiva, na maior parte das vezes.
Na história que decorre, assiste-se ao poder da amizade, da família, da meditação ou do mantra, como caminho para atingir um fim… que é o de ter a capacidade de aceitar as transformações próprias da adolescência, deixar fluir as emoções e libertar-se delas.
Quando não o fazemos, ficamos como a mãe, Ming Lee que ao camuflar dentro de si “o seu panda”, vai “explodir” em todo o seu entusiasmo.
Como é que se consegue resolver esta situação? Assistindo Turning Red! Sozinho, acompanhado e, ou com os filhos.
Termino com uma curiosa curta-metragem, “Bao” – galardoada com um Óscar®, da mesma realizadora e que, merece relevância, embora nada tenha do filme. Mas, que explica os conceitos por detrás da personificação de algo, como um animal, comida ou um objecto.
Como se nos levasse a criar empatia com algo que, muitas vezes, não nos é imediato para empatizar.
(basta clicar na imagem de bao, abaixo, e assistir)