Tempo para vivermos!

O tempo, é hoje sobre o que vos falo. O famoso ladrão, ou sorvedor de vidas. Ou será que trabalhamos demais para outrem, não sabemos dizer NÃO, ou mesmo definir prioridades?

Trabalhamos demais. Mais de 40 horas semanais, relatos teóricos e práticos da realidade portuguesa. Vidas pessoais adiadas, familiares interrompidas, prazeres desejados e não cumpridos…

Tensão corporal, adrenalina ao rubro, sistema nervoso no limite, sempre a “navegarmos na maionese”. Andamos à deriva e ao sabor. Ao sabor das contas por pagar, dos carros que queremos pagar, das casas que passamos na nossa vida na sua maioria a pagá-la ao banco, os cartões de crédito, a vida a prazo, poucas poupanças, poucas experiências ou mesmo momentos simples e espontâneos.

Espontâneos, porque na sua maioria é tudo casual e fugaz, de felicidade plástica e de virtualidades. Temos sempre ou quase sempre, as posses nas redes sociais, conversas de chat vazias de abraços ou mesmo de choros partilhados. Achamos que estamos preenchidos, mas de facto não estamos (dentro de nós sabemos muito bem disso!).

O problema aqui e também, é que irmos trabalhar para o trabalho de tantos de nós, é um frete, um pesar, uma mortificação. E depois, o corpo transparece para essa doença com os pânicos, o corpo tenso, enxaquecas brutais, palpitações, insónias…

Sim concordo quando leio e já senti na pele, que o trabalho se tem tornado desumano, e ninguém faz nada, nem mesmo a sua própria vida! E sim, há uma relação também directa entre o trabalho laboral e a doença mental. Aliás, conhecido como síndrome do esgotamento profissional, o burnout entrou recentemente numa lista aprovada pela OMS- Organização Mundial da Saúde.

Situações de injustiça, sofrimento, depressão e desespero, aliadas no ambiente laboral atual. Por sua vez, e a nível pessoal aos funcionários das empresas, estes herdam uma enorme insegurança económica, conflitos familiares e doenças várias devido às longas jornadas, demissões e falta de planos de saúde.

Devia haver uma redução generalizada da carga horária de trabalho para 35 horas que fosse.

Mais tempo para outras coisas, como a família, os amigos, ou simplesmente tempo para nós mesmos.

Haveria certamente mais produtividade, maior empenho e entrega de todos no trabalho, provavelmente tempo para a pessoa repensar se queria fazer aquela ocupação profissional ou qualquer outra. Até porque, já não há trabalho para a vida. Depende de nós próprios fazermos o que nos motiva e acrescenta enquanto indivíduos, e depois em sociedade (já pensaste sobre isto alguma vez?).

No entanto, claro e acima de tudo, gera bem-estar e felicidade, por consequência, mais produtividade e menos absentismo no trabalho, nas responsabilidades, mais optimismo e também um aumento da qualidade de vida e da sua subsequente longevidade e vida, tempo vivido de facto. Sê mais feliz, com tempo no que amas fazer, luta por isso, tu mereces!

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