Tempo para viver…

Nesta vida atribulada que vivemos, é de tal forma agitada a correria em que nos envolvemos, que por vezes nem percebemos a necessidade de respirar para puder continuar por aqui.

Embrenhamo-nos de tal modo nas situações e mergulhamos a nossa atenção em todas as atividade que temos que desenvolver, que não entendemos que o mais importante vai passando por nós, e afinal estava mesmo ali ao nosso lado.

Neste mundo em correria, abundantemente preenchido por Likes e Shares, nas redes sociais que não nos cansamos de consultar, mal temos tempo para respirar, afinal como podemos medir a nossa qualidade de vida?

Podemos perceber no abraço do filho, no sorriso do amigo, no telefonema de um familiar que não vemos há muito tempo. Ainda no outro dia, em conversa com uma amiga, percebíamos que, quer uma, quer outra não tínhamos um grande grupo de amigos, contavam-se provavelmente pelos dedos de uma mão.

E afinal isso é bom, ou é mau? Nem uma coisa nem outra, creio eu.

Cada um deverá naturalmente viver como considera ser relevante para si viver, encontrar o seu ponto de equilíbrio, e se estiver mais feliz rodeado de muitos amigos, excelente. Se, como eu, preferir ter apenas meia dúzia, então, sem qualquer problema também.

Cada um de nós deverá encontrar a sua fórmula “encantada” para ser feliz, perceber o que mais valoriza na vida, e aprender a apreciar o que lhe faz bem. Sobre estes temas a matemática não tem quaisquer fórmulas, ou sequer cálculos ou equações que nos ensinem de que modo, isto ou aquilo, faz cada qual mais ou menos feliz.

É no encontro connosco próprios que percebemos o valor da vida e conseguimos, se formos atentos, avaliar o que faz de nós pessoas mais felizes, sem medos nem esquemas. Basta sentir e escutar o coração. É bem verdade que, em matéria de amor, o coração, por vezes, nos poderá enganar, mas, em tudo o resto na vida, o coração é sempre o nosso melhor conselheiro.

Permite-nos observar as pessoas e as situações pela lente do amor, aquela que relativiza a mesquinhez e a maldade, e remete para primeiro plano apenas o que temos de melhor!

Mas afinal como conseguimos perceber se temos ou não uma boa vida? Nem sempre é fácil, creio que tudo reside em nós e no modo como encaramos as situações e as pessoas. O segredo dizem alguns não está em ter tudo o que se quer, mas sim em valorizar muito tudo o que temos.

E para tal é preciso tempo para apreciar, para viver e para respirar. Aprender a ouvir-nos respirar é sempre um bom truque, apenas por um ou dois minutos, apenas nós e o ambiente envolvente. Devemos permitir-nos sair de dentro de nós e deixar o nosso espírito pairar livre, tal qual como nasceu e como deveria sempre viver. É a liberdade que nos permite a plenitude da vida.

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