Selecção Natural ou não?!

O nosso estilo de vida actualmente e o esforço que fazemos muitas vezes fazem-nos ansiar por mais na vida e tornamo-nos competitivos. Por vezes, a cooperação só é usada como meio de se ganhar aos mais fortes, como um meio de interesse, mas a competição pode ser saudável.

No entanto, vejamos, esta história da competição e da cooperação faz parte da história humana desde Darwin e a famosa teoria da Selecção Natural, em que a competição entre os seres vivos é fundamental para que a evolução aconteça. O grande problema é quando a competição se torna predatória e deixa de ser saudável. No entanto, a cooperação também é tida como um dos mecanismos fundamentais para a evolução, algo que pode ser igualmente observado nos dias de hoje tanto em pessoas como em animais. A evolução do mundo tem-nos revelado e até incentivo a uma competição cada vez mais predatória e isso torna-se evidente não só a nível pessoal como em tudo o que nos rodeia: emprego; empresas; publicidade; redes sociais etc…

Competição e coordenação são duas ideias aparentemente antagónicas, mas acabam por se complementar, se as pessoas as compreenderem e entenderem que existem muitos objectivos que são mais fáceis de atingir, quando existe a cooperação entre várias pessoas. Um exemplo prático disso na nossa sociedade é precisamente a aquisição de um crédito de maior valor. É muito mais viável um banco aceitar o crédito a um casal (2 pessoas que têm 2 ordenados) do que apenas a uma pessoa só.

O melhor exemplo que pode ser dado para que se entenda bem a importância tanto da competição como da cooperação, é o de pessoas famosas da nossa história, sejam elas atletas, empresários, actores e por aí fora. Elas tiveram que competir para obter a fama e o estatuto que conseguiram, tendo como referência outros indivíduos que queriam atingir os mesmos objectivos e também tendo ao seu lado indivíduos que cooperaram para que esse objectivo fosse cumprido.

Existem diversos factores que podem levar a que uma competição passe de saudável a predatória, não se trata apenas do próprio indivíduo em si e da sua personalidade, mas também da sociedade e dos valores em que esta prevalece e o quanto podem influenciar. A própria família pode ser um factor importante na altura de passar os seus valores a um membro da família que esteja a tentar conseguir algo, seja no emprego, na escola, na vida.

A competição em muitos casos é saudável e serve de motivação, mas para pessoas que não estejam preparadas em não cair na tentação de sentirem inveja, ganância e orgulho exacerbado, pode acabar por ser uma competição predatória que, além de não ser nada saudável para a pessoa em si, afecta também quem a rodeia. A competição começa cedo, logo na entrada para a escola. Os professores e os pais tentam motivar os alunos e filhos, usando desafios e até simples palavras, fazendo com que estes comecem a entender a importância de se esforçarem para serem melhores e para vencer na vida e activando-lhes assim o sentido de competição.

Começamos desde novos a querer ter as melhores notas, a sermos os preferidos da professora, a pertencer ao grupo dos amigos fixes… Cabe também aos pais e aos professores, sublinharem e ensinarem também, que tão ou mais importante que a competição, é a cooperação, para que as crianças cresçam com estes valores e não sobre a constante pressão de uma competição predatória.

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