O Adeus ao “ouro negro”

A era pós-petróleo aproxima-se do fim e com a mesma a preocupação em diminuir a dependência energética deste recurso aumenta. Em resultado, os líderes mundiais têm apostado em reconduzir o consumo energético para as energias limpas (renováveis), assegurando ao mesmo tempo a sustentabilidade e a ecologia do meio ambiente.

2030 é a nova meta apontada pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) para que a percentagem da contribuição das energias limpas atinja os 30% do uso total. Admitindo que o objectivo é ambicioso, situando-se actualmente nos 16%, a entidade atenta que esta meta só será alcançada se o processo até 2030 for acelerado. “Os esforços internacionais para duplicar a quota das energias renováveis ​​até 2030 são alcançáveis, mas precisam acelerar substancialmente”.

No encontro, realizado em Janeiro deste ano, os líderes mundiais reuniram-se para estabelecer planos de acção que permitam que esta transição energética se dê. A criação de fundos comuns entre os países produtores e consumidores de energias fosséis foi uma das propostas avançadas pelo presidente francês, Francois Hollande, destancando a importância do diálogo entre os países produtores de petróleo e os compradores.

Por ser uma indústria que movimenta milhões e por em alguns países, nomeadamente no Médio Oriente, ser a principal fonte de riqueza, a actividade petrolífera é um dos sectores económicos onde os lobbies são um lugar comum. A disputa pela exploração do “ouro negro” já motivou a origem de inúmeras guerras e outros conflitos mais localizados que contestam o direito à exploração do petróleo.

Deste modo, uma alteração do panorama energético mundial deve ter em conta não só os grandes exploradores de petróleo, aos quais não interessa perder o papel principal no fornecimento de energia, como toda a estrutura económica das nações dependentes deste recurso natural.

Até 2030, as estimativas apontam para uma representação  das energias renováveis em 21% na quota global, falhando o objectivo por 9%. Como tal, a necessidade de impulsionar planos de investimentos que apostem nestas energias será determinante para garantir este objectivo.

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