Tantos procuram ser os excelsos, os mais sublimes, os vencedores de qualquer coisa. Competem e treinam, treinam e treinam para atingir o cume. Serem o número um. E deles sai o esforço e o suor, a persistência, a dor e o sofrimento chegado ao limite. E vão a todas, não desistem, mas insistem, ignorando o que perdem, o que deixam para trás, o que, de algum modo, prescindem.
Contudo, continuam, misturando sangue, suor e lágrimas para, um dia, chegarem ao pico, ao lugar dos melhores, onde se quebram recordes e se ganham medalhas, taças, troféus. Guardam fotos, junto à glória de terem sido os vencedores… Mas e depois? O que acontece a quem não? A quem dá o melhor de si, luta e luta e não chega lá? O que acontece a quem não chega lá, por muito que treine, por muito que deseje?
O que acontece a que chegou uma vez em primeiro, a quem são depositadas todas as expectativas e não consegue? Que peso tem uma derrota a quem nunca ou a quem sempre? E a quem começa a acumular vitórias e, de repente, perde o sentido e o foco?
Competir é saudável, sim… Mas até que ponto? O que torna alguém num vencedor?
Será aquele que ganha ou aquele que não precisa de uma vitória para se sentir fantástico e completo? E quem desiste? É apenas um falhado ou alguém que percebeu que ganhar não é o que te dá o teu real valor?
E quando desistir é vencer? Quando nem sequer tentar é aquilo que te traz a felicidade de nunca perder? Ou porque apenas estás a ser tu, sem competições, sem teres de provar nada a ninguém? Ou porque apenas e somente não te apetece?
És perdedor? Ou és completo contigo e para ti? Quem é que decide se vale a pena? Tu ou outro alguém? Serás sempre tu e ninguém tem o direito, mesmo que assim o julgue, de te impor valores ou de te impor escolhas.
Ganhar ou perder, é desporto, dizem. No entanto, quem sabe se queres jogar, competir ou, simplesmente, tentar és tu. E tudo o que não fizer sentido para ti, não será uma vitória e não terá um valor real.
Sê por ti, para ti e estará tudo bem.