No passado domingo, 17 de Agosto, encerraram os campeonatos europeus de Atletismo, em Zurique (Suíça). Nesse dia, Portugal fazia-se representar nas provas de estafeta de 4×100 metros – com os atletas Diogo Antunes, Francis Obikwelu, Arnaldo Abrantes e Yazaldes Nascimento. Na maratona masculina, os atletas Rui Pedro Silva, Hermano Ferreira, José Moreira e Ricardo Ribas (10º lugar) propunham-se a percorrer os sempre difíceis 42.195 metros.
Sempre me fascinaram os desportos de Verão, em particular o Atletismo. Talvez porque são muitas a modalidades que neste conjunto se reúnem. Talvez porque, congregando uma maior variedade de técnicas e relações corpo-espaço- indivíduo, representem melhor o verdadeiro espírito do desporto. Lembro-me de acompanhar a prova de Rosa Mota, em directo, e de a ver vencer o ouro (Seul, 1988) e comovo-me. Esta é uma das minha modalidades predilectas. Poderia não ter vencido. Seria igualmente comovente. Poderia não ser portuguesa e também o seria (um pouco menos, com toda a certeza).
Menos bem pagos que atletas de outros desportos, os praticantes das várias modalidades envolvidas no Atletismo, e que se apresentam nos ‘meetings‘ desportivos, comovem-me (mesmo que percam), porque se esforçam, porque muitas vezes competem consigo mesmos, porque fazem do desporto um modo de estar na vida. Um modo de superação pessoal, de encontro consigo, com a natureza e com o outro.