O vigésimo presidente da república portuguesa está eleito e não foi preciso recorrer-se a uma segunda volta para sabermos o nome do candidato. Aliás, mesmo antes de se votar, já se sabia quem era. Com mais de 98% dos votos contados, o professor universitário, de 67 anos, recolheu 52% dos votos, deixando a larga distância António Sampaio da Nóvoa (22,7%). Apoiado por PSD e CDS, Marcelo sucede a Cavaco Silva e prolongará para, pelo menos, 15 anos a permanência de um político de Direita no Palácio de Belém. “Nesta noite, desejo saudar em primeiro lugar o povo português. O povo é que mais ordena e foi o povo que me quis dar a honra de ser eleito Presidente da República”, disse Marcelo, nas suas primeiras declarações públicas, após a vitória nas Eleições Presidenciais.
O novo “dono” do palácio de Belém nasceu a 12 de Dezembro de 1948, em Lisboa. Mesmo tendo nascido na capital, foi em Celorico de Bastos que apresentou a sua candidatura. A campanha de Marcelo ficou marcada pela ausência de cartazes nas ruas, mas pela presença constante nos órgãos de comunicação social.
A festa de vitória foi feita na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde deu aulas, até recentemente.
Para além de comentador político, professor de Direito e ministro no VIII Governo Constitucional, onde desempenhou funções como Secretario de Estado e ministro para os Assuntos Parlamentares. Foi distinguido como Comendador da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (9 de Junho de 1994) e com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (9 de Junho de 2005).
Desde jovem que Marcelo Rebelo de Sousa desempenhou papeis associativos e políticos. Foi dirigente da Associação Católica Portuguesa e presidente da Fundação da Casa de Bragança, desde 2012. Foi um dos fundadores do Lions Clube Costa do Estoril (1981).
A adesão ao PSD (mesmo que esta candidatura tenha sido apresentada como apartidária) aconteceu em maio de 1974. Ainda em 1975, foi eleito deputado à Assembleia Constituinte.
Depois da passagem como líder do partido social-democrata, Marcelo candidatou-se à presidência da autarquia lisboeta. Foi derrotado por Jorge Sampaio (que veio a tornar-se, igualmente, Presidente da República). Durante o tempo que liderou o PSD, viabilizou três Orçamentos de Estado do governo (minoritário) de António Guterres e reatou as relações institucionais entre o PSD e o PCP. Foi igualmente eleito deputado do Parlamento Europeu e vice-presidente do Partido Popular Europeu (1997-1999).
Membro do Conselho de Estado (2000-2001 e, novamente, a partir de 2006).
Um dos inimigos políticos de Marcelo é Paulo Portas, que, no entanto, apelou para que votassem nele.