Um Militar, quer seja no Exército, Forças Armadas ou Força Aérea, é alguém que está dotado de disciplina, respeito, altruísmo, abnegação e um sentido de dever que não está ao alcance de qualquer um, seja qual for a especialidade desse mesmo militar.
Lá de vez em quando, é beliscada a honra da farda, por comportamentos menos dignos de um elemento dessa família. Como por exemplo, o caso dos diamantes onde se viram envolvidos militares dos Comandos, o homicídio de Fábio Guerra, que envolveu homens dos Fuzileiros, ou ainda a Cabo da Força Aérea que ocultou uma gravidez, deu à luz e não salvou o recém-nascido, após o mesmo cair para dentro de uma sanita.
Quando a comunicação social traz a público estas notícias, acaba por engrossar o título com a profissão que os intervenientes têm e por consequência, surgem os críticos a apontar o dedo à classe militar.
Todos nós sabemos, ou deveríamos saber, que o que se vê na televisão, ouve na rádio e lê nos jornais, acaba por moldar a nossa opinião, pois nós, comuns mortais, não somos donos de toda a verdade nem da razão, e imaginem só, nem tudo o que a comunicação mostra é imparcial.
Existe e sempre existirá a exceção, mas nem em todos os casos se vê o mediatismo, a critica, o escárnio e maldizer como se vê em situações que coloquem em causa uma farda.
Vejamos: João Rendeiro e Ricardo Salgado, como banqueiros, supostamente, lesaram inúmeras pessoas. Não tive conhecimento de críticas aos funcionários de dependências bancárias ou um massivo encerro de contas em virtude de acções cometidas por estes dois.
Luís Mendes ou ainda António Santos, párocos de profissão e ambos acusados por crimes sexuais contra menores, pese embora somente um esteja a cumprir pena de prisão efetiva. Não trouxeram menos afluências às missas de domingo, contribuição monetária para as paróquias em Portugal ou ainda as peregrinações até à cova da Iria.
Há que deixar cair de uma vez por todas o estereótipo errado que se tem sobre a farda ou instituição, seja ela qual for. A farda, insígnia, brasão, heráldica, merecem respeito por todos nós, independentemente de gostarmos ou não da sua história, do que cada um representa.
Imaginem só um português que sofra de discromatopsia afirmar que não gosta da bandeira nacional? Poderá ser ridículo, sim, mas lá porque ele é daltónico não quer dizer que venha para a praça pública enxovalhar ou denegrir as cores que a compõem.
Carácter, integridade, idoneidade crescem com uma pessoa, não vem no camuflado, gravata ou colarinho clerical que vestimos e despimos.
Tenham respeito.