Um dos eventos mais aguardados do ano, para os amantes da grande tela, é a entrega dos Óscares. Este ano, o glamour voltou e a passadeira vermelha brilhou.
Quem se destacou foi o ator Will Smith e não tanto por ter ganho o Óscar de melhor ator. A Internet foi esbofeteada com diversos comentários e opiniões sobre o ocorrido. Há quem diga que foi tudo uma grande encenação para atrair o público que se foi distanciando. Dois anos de uma pandemia global roubam protagonismo a qualquer um.
Temos também a desculpa da guerra. Andamos todos alterados, a violência é cada vez mais gratuita e banalizada. Vimos o caso do polícia português morto no final de uma noite de copos.
Parece que tudo justifica a explosão dos nervos e o abuso da força, seja ela física ou nuclear.
Bom, voltando ao cinema, fiquei curiosa de ver os filmes mais nomeados e galardoados. Pus mãos à obra e aqui vos deixo com três deles:
O Poder do Cão
Recebeu, unicamente, o Óscar de Melhor Realização, apesar de estar nomeado para doze categorias. A cineasta neozelandesa Jane Campion é a segunda de cinco mulheres nomeadas para o Óscar de Melhor Realização e a primeira mulher a receber a Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Pessoalmente, achei o filme demasiado “parado”, apesar das magníficas paisagens que contrastam com a escuridão e tristeza do interior – um rancho em Montana, nos anos 20. A história gira em torno de dois irmãos que vivem razoavelmente confortáveis com os resultados pecuniários do seu rancho.
É com pequenos gestos, símbolos e palavras que ficam por dizer que, subtilmente, o filme se vai desenrolando em quatro atos. “Nem tudo o que se sabe se encontra à face, muito do que importa flui em segundo plano, escapando constantemente às tentativas da racionalidade.”
King Richard – Criando Campeãs
Este filme valeu a Will Smith o Óscar de Melhor Ator. Uma história de esforço, de mentalização e superação. Aquele pai acreditava piamente que as suas duas filhas, Venus e Serena Williams, seriam campeãs mundiais de ténis. Elas acreditaram e toda a família lutou para que dois “milagres” acontecessem.
Resumindo, o filme baseado na história verdadeira da família das famosas tenistas mostra o poder do esforço, do trabalho, do empenho, da educação, da persistência e da mente. Quando acreditamos verdadeiramente em algo, não desistimos até conseguir. E aqueles pais acreditaram e levaram-nas a acreditar também. Para mim, essa é a grande diferença. É um filme sobre o pai. Vale a pena ver.
The Eyes of Tammy Feye
O filme valeu a Jessica Chastain o Óscar de Melhor Atriz pelo seu desempenho como Tammy Faye Bakker, uma televangelista dos anos 70 e 80. Juntamente com o marido, Jim Bakker (Andrew Garfield), deixaram as suas origens humildes e transformaram-se num poderoso casal que, ao espalharem a mensagem de Deus, construíram um império criando a maior rede de radiodifusão religiosa e parque temático do mundo. Eram reverenciados pelas suas mensagens de amor, aceitação e prosperidade.
Tammy Faye era conhecida pelas suas longas pestanas, excesso de maquilhagem e forma singular de cantar. Óscar merecido, mas penso que a personagem poderia ter sido mais explorada. A interpretação dos vários estados de espírito, a ascensão e queda, mas, acima de tudo, o seu grande amor a Deus e às pessoas cria em nós uma empatia e simpatia que se prolonga no tempo. O filme recebeu também o Óscar de Melhor Caracterização.
De todos os filmes galardoados, que falei aqui e dos que não falei, sobrou apenas curiosidade para ver Coda – título original que remete para a sigla de “Children Of DeafAdult” (em português, filhos de adultos surdos) – vencedor do Óscar de Melhor Filme.
E vocês, quais é que já viram?