The Intruder (2019) – Crítica

What the hell is Charlie doing here?

– Mike

O filme conta a história de Scott (Michael Ealy) e Annie (Meagan Good), um jovem casal que compra uma linda casa que se situa no meio do nada, no entanto, rapidamente começam a perceber que o homem que lhes vendeu a casa não pretende despedir-se dela assim com tanta facilidade.

Este filme surpreendeu-me pela positiva, em alguns aspetos. Eu esperava um daqueles filmes medíocres de “home invasion” que já todos assistimos e que são feitos anualmente em enorme quantidade, em que temos sempre alguém indefeso em casa e alguém que aterroriza essa pessoa indefesa. Embora existam elementos disso mesmo, acabou por ser um filme com substância, em grande parte devido à cadência que é dada à “intrusão” em si.

O filme de uma forma muito natural e gradual imprime a cada momento um sentimento de “perseguição” e não se torna monótono no processo.

Embora Michael Ealy e Meagan Good sejam competentes, o filme está nas costas de Dennis Quaid como Charlie, o ex-proprietário da casa, que parece ser muito “apegado” a esta habitação por diferentes razões e ele é soberbo, provavelmente a melhor atuação na carreira do ator, que infelizmente passou despercebida, por estar presente no filme em que está.

Um filme bom, não ótimo, mas com um bom uso de tensão e uma incrível atuação do nosso vilão principal.

* CUIDADO COM SPOILERS *

O facto do filme  nos apresentar muito gradualmente “Charlie”, o dono da casa, que começa simplesmente por continuar a fazer algumas tarefas como cortar a relva acaba por ter muito valor de entretenimento , pois consegue criar a suspeita sobre este homem de forma bastante gradual. Uma das coisas que também quero realçãr foi a edição de som, quando Charlie começa a ficar irritado os seus “suspiros/gemidos” de frustração sobrepôem-se ao resto do som à sua volta e foi um bom toque.  Outro aspecto que resultou foi alguma tensão sexual implícita entre Charlie e Annie que dá outra camada a esta obsessão criada pelo ex-proprietário da casa que simplesmente comporta-se como se a casa continuasse a ser dele.

Uma das coisas que tive dificuldade em superar foi uma constante comparação entre a atuação (muito boa) de Dennis Quaid com a fenomenal interpretação de Jack Nicholson em The Shining, parece que há uma grande inspiração de Dennis mas que em vários momentos me fez mesmo lembrar de Jack Torrance e por vezes tirava-me do filme, Michael Ealy está bem neste filme se bem que sinto que tem capacidade para mais.

O final não resultou para mim, principalmente porque se apresentou de forma muito apressada depois de termos um “build up” muito interessante até chegarmos a este clímax.

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