Se há sentimento comum na humanidade, é o amor. Existem formas infinitas do sentir, pois a fórmula não é única para todo o ADN.
Há quem defenda que as maiores provas de amor são nas ofertas, nas atitudes ou até grandes demonstrações românticas. Eu defendo que o amor não tem apenas uma medida particular e que para cada qual existe uma necessidade diferente.
Sentem-se os polos díspares no ar, o desgaste, o parecer estar fora de prazo ou a intensidade ser superior ao autoconhecimento.
Com isto pretendo dizer que o sentimento em si pode ter uma explicação química ou até mesmo espiritual. O cérebro comanda tudo, o pobre do coração é somente um bode expiatório nesta análise.
Há quem culpe também o destino, como se isso lhes limpasse as responsabilidades e há quem opine que o ser humano, nasce solitário e por esse mesmo motivo, procura ligações sentimentais durante a vida.
Afinal o que é o amor? Como pode uma única pessoa definir o que é?
É um sentimento que carece de palavras, mas transborda de exemplos tanto positivos como negativos. Associado ao carinho, ao ciúme, à lealdade e em alguns casos, à obsessão.
Obras inteiras e eternas foram criadas através dele, fosse pela presença ou a ausência. O amor traz no seu abraço a paixão, o fogo que consome nas almas jovens, o colo de quem aprendeu a viver com ele.
É uma aprendizagem que jamais irá findar algum dia, pois desde que nascemos aprendemos a lidar com o amor incondicional pelos pais que nos trouxeram à vida. Ao longo desta existência criamos amizades que, no fundo, são outra forma de amar, algumas seguem no mesmo comboio até ao fim, outras ficam nas paragens destinadas.
O amor é uma contrapartida onde o cérebro é o narcisista controlador enquanto o coração é que sofre com todas as mudanças, estando à mercê deste abusador, qual droga sem a qual não pode existir, mas, ao mesmo tempo, um perigo à sua presença com data-limite.
É a contradição, a loucura muitas vezes sem sentido, aquele suspiro pesado que sai com o último ar que inflama os pulmões.
E mesmo assim, o amor é o sentimento mais belo de todos, capaz de mover o mundo, de mudar vidas, um cânone da felicidade. Não tem uma medida, é uma receita criada a olho nu e tantas vezes invisível para quem recebe.
Já diziam os mais velhos, “a gente só dá valor enquanto tem “.
Tiro o chapéu a quem é capaz de amar à distância, a quem é capaz de deixar voar pela felicidade do seu par. Admiro quem ama verdadeiramente as mesmas pessoas mais de metade da sua vida numa era em que os sentimentos são descartáveis. Neste século onde o que importa é somente a realização pessoal, poucas são as pessoas que demonstram ou sentem verdadeiramente o amor.
Há quem sobreviva no hábito por ser demasiado difícil aceitar o fim ou que, no fundo, nunca chegou a ter princípio.
Tenho somente a certeza total de um facto, o amor é a consequência de como nascemos e levamos a vida.
Podem questionar se vivem com amor ou por amor, com ele vivem plenos, por ele… aí deixo para refletirem, afinal o meu ADN não é o mesmo que o vosso.
Nota: Este artigo foi escrito segundo as regras do novo acordo ortográfico.
Artigo lindíssimo, Diana.
Eloquente! É triste saber que muitos morrem sem saber o que é o amor, um sentimento nada “descartável” que muitos teimam em priorizar .
Infelizmente há quem recicle o amor como se fosse roupa velha, depois temos descobertas que nos fazem acreditar ainda neste dom. É lindo e complexo. Obrigada querida Elizabete
O amor é simples, não é prisão. Amar também é deixar ir. Talvez até seja esse o verdadeiro amor. Gostei mt!
É tão bom ler as tantas versões da definição de amar. Obrigada Olinda <3