Benjamin quê?

Como falar de alguém que se conhece mal? Ou quase nada?

Confesso que o Benjamin Clementine não me prendeu a atenção, mas tenho a certeza que devo ter ouvido alguma música dele. Como podem imaginar, o desafio é maior, quando por um motivo qualquer desconhecido, se sabe que já nos cruzamos musicalmente, mas não nos ligámos. E eu sou pessoa para me ligar profundamente à música, é como se diz: a minha praia! Passo os dias rodeada de música, sempre estudei com música, adormeço a ouvir música e trabalho com banda sonora mas não do Benjamin. Até este momento.

Fui investigar o que tinha ele para me dizer.

Um homem que esgota espetáculos em Portugal e que me passa ao lado, é estranho! Só acontece, quando sei que não gosto, mas conheço e já me dediquei a saber mais. Não com ele, com este músico está tudo em aberto. Não só fui tratar de conhecer a música dele como achei necessário investigar a história pessoal deste homem. E eis que dei de caras com um homem singular!

Os rótulos não lhe assentam bem, apesar dos entendidos, bem tentarem enchouriçá-lo num estilo que lhes faça mais sentido mas sem sucesso… o Benjamin é um homem de vanguarda que personaliza a música e as palavras com o seu cunho pessoal. Com um estilo muito próprio e uma musicalidade que se sente a cada acorde, o som do piano toma conta as músicas, a voz forte que canta, grita e recita poesia ao mesmo tempo torna o Benjamin um músico único. Que me recorde, nunca ouvi nada igual! Conseguiu vingar numa industria muito competitiva e com novos artistas a surgir a cada esquina, com uma postura musical marcadamente sua. As músicas são vigorosas e profundas, diferentes de tudo o que se ouve por ai. Não é pop nem é música comercial e por esse motivo, não se ouve habitualmente nas rádios da moda. É um género especial que mistura a poesia, piano e uma voz de timbre diferente, não se associa a nada igual.

A meu ver é esse mesmo o segredo do sucesso do Benjamim Clementine, especialmente em Portugal! Nós que somos melancólicos e fadistas por natureza, revemo-nos na nostalgia poética do cantor, deixamo-nos envolver por ele e pela sua originalidade. Como ele somos um povo muito particular.

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