Criar, inovar e empreender! Estes são os predicados que andam na ordem do dia, na boca do mundo. Pensar num futuro, actualmente, é indissociável daquele que já muitos consideram ser o único meio para atingir esse fim: a tecnologia. Do fantástico progresso e de todas as maravilhas tecnológicas que o Homem produziu, até agora, virá a resposta para os grandes problemas do mundo, e a principal estrela é a Internet.
Além do tempo e espaço, a Internet, que surgiu nos anos 90, veio dar uma nova dinâmica às relações humanas e comerciais sendo o grande impulsionador da globalização. Com esta rede, a comunicação à escala mundial ganhou outro sentido, devido ao seu carácter transversal, abrindo toda uma panóplia de novas formas de interacção, organização e actividades sociais que transformaram o Homem e a sua forma de pensar e agir.
Pela mão da Internet, o processo de socialização e interacção se transferiu para o espaço virtual, massificando os mecanismos que outrora estavam entregues apenas aos grupos primários, como a família. As redes sociais, como o Facebook, MySpace, Orkut e Twitter, desempenham um papel fundamental nesta nova abordagem comunicativa, quer em termos pessoais como em termos colectivos.
Contudo, apesar da rapidez e fluidez a que a informação circula, transformado o mundo na tal “aldeia global”, profetizada por McLuhan, a Internet, que foi vista por muitos como a ferramenta que iria acabar com os problemas sociais, não pôs um fim as disparidades, que ainda persistem. Entre velocidades alucinantes e combinações em sistemas binários se perdeu a vertente filantrópica, para dar lugar à visão comercial e utilitária da tecnologia.
Se para quem pesquisa e tem acesso à Internet, esta rede permitiu a ligação com uma vasta rede de dados das mais diversas áreas e a transmissão dos acontecimentos quase a tempo real, a mesma só veio aumentar o fosso de qualidade de vida entre ricos e pobres. “No processo de consumo do que é produzido pela ciência e tecnologia, os povos mais pobres não têm acesso. Na aldeia global, o mercado de trabalho torna -se cada vez mais exigente, o que significa que as pessoas precisam ser competitivas e ter o domínio de uma gama de conhecimento. Nesse contexto, que espaço tem uma pessoa que nunca ligou um computador?”, refere Francisco Henrique da Costa, professor da Universidade Metodista, em São Paulo.
A democratização do uso das tecnologias deve ser um objectivo comum entre todos os países, mais ricos e pobres, de forma a alcançar este objectivo de minimizar as desigualdades. Para que o hiato entre “mundos” diminua, todas as necessidades, básicas e secundárias, do Homem devem estar satisfeitas e só aí a Internet desempenhará um papel social determinante para acabar com as desigualdades.