Se eu pudesse, agora que olhas para mim enquanto falamos nesta pequena tela, entregar-te-ia tudo o que sinto, tudo o que penso, tudo o que sou.
Define-se energia de muitas maneiras. Atribuem-se-lhe muitas responsabilidades. Diz-se que nela cai a nobre responsabilidade de tudo o que existe à face do pequeno grande planeta azul. A ela devemos o enchimento de alma e a lágrima que cai quando vemos a nossa série. Sem ela não poderia agora escrever-te aquilo que penso, na esperança que me digas o que pensas sobre ela.
Ela, a energia que vês enquanto falamos sem nos podermos tocar ou abraçar, que preenchemos os nossos dias com um bocadinho de cor já que nem nos podemos ver.
Dela absorvo o quente do sol quando fecho os olhos e lhe sinto o calor. Dela me desafio quando corro em plena estrada, de suor em bica, desafiando-me na mais alta velocidade que me compete a mim e só a mim.
A energia é tudo ou nada, quando ela me falta em golfadas de ar fresco, em matéria-prima que me permite teorizar a relatividade, lágrimas que escorrem em trejeito de me voltar a sentir eu e viva.
Teorias sobre energia existem muitas, espaços, contratempos, dissertações e justificações, mas ela continua a ser mais de se fazer sentir do que se fazer justificar.
Agora que falamos neste pequeno écran, cheios de energia e graças a ela, me pergunto: consegues sentir quem sou, o que sinto, em rasgos de potência, força e vontade?
Mesmo não estando juntos há tanto tempo, consegues perceber a energia que emana em mim e que te chega a ti em longo abraço? Que sem a energia que move a vontade, este écran, a electricidade e a fibra que te abalam a sala sem que o sintas, consegues sentir?
Farei uma pesquisa depois. Quem terá colocado em prática o estudo desta matéria que se emana à distância mas que acontece a todo o instante e se percebe sem se ver. Se será relativizada em questões pragmáticas.
Serão fragmentos de energia de uma muita maior e que é vital, a que te chega, agora que lês estas palavras? Envolvem-te da mesma maneira ou de maior forma se as tivesse a ditar-te ao ouvido?
Quanta energia é preciso ser colocada em desafio? A que te dou é devolvida em troca ou esse detalhe equacionado de nada lhe vale em importância, uma vez que todos temos energia para dar e vender e ela é tão forte que se auto alimenta?
Agora estou quase a ir embora, estou triste e em baixo, mas amanhã continuamos. Porque a minha vitalidade ainda continuará aqui à espera da tua e breve, muito breve, te envolverá em quente, luminoso, vigoroso e suave abraço.