Portugal em peso saiu à rua no passado dia 15 de Setembro, em protesto contra mais austeridade. Recuo na intransigência foi a palavra de ordem para uma população que se diz à beira do desespero, sem poder de compra, perspectivas de futuro ou emprego. O número de desempregados ascende, nesta altura, a níveis históricos. Mais de 80 mil são profissionais com formação superior.
A estatística foi divulgada um dia antes da manifestação, através do relatório mensal do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), e demonstram que, durante o mês de Agosto apenas, o número de licenciados inscritos no IEFP cresceu para 54,5%. Juntamente com os professores, são os responsáveis maioritários pelas novas inscrições nos centros de emprego.
No geral, as mulheres lideram a procura, embora o crescimento se tenha aplicado também aos homens. O desemprego não discriminou as regiões do país que observaram, sem excepções, aumentos no número de inscritos nos centros de emprego. A lista é encabeçada pelo Alentejo, com um crescimento de 41,8% face ao mesmo período do ano anterior. Os mais jovens contribuem cada vez mais para o agravamento dos números, bem como os desempregados de curta duração.
O desemprego atingiu um total de 673.421 trabalhadores durante o passado mês de Agosto, naquela que continua a ser uma das mais preocupantes estatísticas causadas pela crise em que ainda vive mergulhado o país.