“Em Bruxelas, o primeiro-ministro elogiou a evolução de Portugal em matéria financeira e considerou 2017 um ano muito positivo”. Foi deste modo que António Costa resumiu o ano de 2017, no último Conselho Europeu de 2017, em Bruxelas. Mais acrescentou que “podemos olhar para o ano de 2018 já sem receio de sanções, já sem receio de termos de ter novas discussões sobre décimas nominais ou estruturais para o procedimento de défice excessivo”, considerou Costa, sem esquecer a vitória do ministro das Finanças, Mário Centeno, como presidente do Eurogrupo.

Assim, “apesar da dimensão económica e política do país” ser “menor que a de outros Estados-membros”, Portugal tem conseguido “afirmar-se”, segundo o chefe do governo. Isto, porque a estabilidade económica ocorre, quando a situação financeira e económica do país está normalizada, isto é, sem alta de preços, sem oscilações em taxas de juros. Basicamente, a estabilidade económica é um pré-requisito para o crescimento sustentável de um país e, portanto, para uma sociedade mais justa. Neste sentido, o governante português sente que, aos poucos, vamos adquirindo essa estabilidade económica, que permite pensar nas relações com outros países. “Há uma nova vontade, depois de anos muito difíceis e em que muitas divisões existiram entre os diferentes países europeus, de seguirmos em conjunto, reagindo positivamente”.
Tendo saído de uma crise com bastante desemprego, principalmente jovem, Portugal tem sentido resultados na criação de emprego e na diminuição do desemprego. Contudo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acredita que é possível fazer mais. Desta forma, acredita na inovação e no empreendedorismo, tendo frisado, em declarações ao jornal Público, que “os jovens podem e devem apostar num contributo para a criação de emprego”.

Tal como o chefe de Estado, também o Banco de Portugal crê que temos um caminho pela frente na conquista da solidez económica. Assim, o banco central da República Portuguesa apela à redução da dívida pública e privada. Tendo em consideração “o baixo crescimento potencial da economia, é fundamental prosseguir com a redução da alavancagem do setor privado, para tornar a economia mais resiliente à normalização futura das taxas de juro oficiais”. Esta ideia pode ler-se no Relatório de Estabilidade Financeira do mês passado.
Tendo esta “geringonça”, ou mais propriamente um governo minoritário do PS apoiado pelo PCP, PEV e BE, garantido alguma estabilidade, se considerarmos que os mais recentes números do Instituto Nacional de Estatística sobre o desemprego mostram que a economia portuguesa “vive um bom momento”, não há outra combinação possível que não seja mais iniciativa, mais investimento, ao lado de mais emprego e rendimento e, simultaneamente, boas contas públicas.
Seguindo este raciocínio, o desafio para os políticos é a diminuição desta instabilidade, sem reduzir a capacidade económica de elevar os padrões de vida, mediante o aumento da produtividade, da eficiência e do emprego. Segundo estudos e experiências recentes, os países estão mais interligados, pelo que nenhum país fica, de certa forma, isolado.
Também Carla Soares, jornalista de 38 anos, vem apoiar estas noções, considerando ser necessário “aumentar os ordenados, para as pessoas terem mais poder de compra, porque tudo isto é um ciclo vicioso”, afirma. Relativamente ao Governo, urge “fazer uma seleção criteriosa dos gastos do Orçamento de Estado, nomeadamente deixar de dar esmolas aos pobres, mas dar-lhes competências para trabalhar”, acrescentou, rematando que “o estrangeiro nos valoriza mais que nós próprios. Temos mesmo de parar com a autocomiseração.”