Trouxe até aqui estas duas declarações públicas de dois Primeiros-ministros do nosso País. A primeira é da autoria de Pedro Passos Coelho e a segunda é de José Sócrates. Ambas têm em comum o facto de terem sido proferidas, durante um período conturbado na Europa como o que estamos a viver actualmente. Dito de outra forma, ambas as declarações foram tornadas públicas, quando a Grécia se “afundava”.
Ou seja, estamos novamente a viver algo que já aconteceu num passado não muito distante. Dejá vu? Sim! Sem sombra de dúvida, mas é perigoso que tal suceda, porque é sinal de que não se aprendeu absolutamente nada com o passado.
No passado, os Líderes da Zona euro olharam com despreocupação para o caso Grego. Inclusive o Líder da Comissão Europeia disse, vezes sem conta, que não havia perigo de contágio, mas pouco tempo depois da queda financeira/económica da Grécia seguiu-se o pedido de resgate português, a queda no vazio da Banca Espanhola, o descalabro financeiro da Itália e a implosão da Banca Cipriota. Apenas França e Alemanha ficaram ligeiramente livres do contágio Helénico por manifesta “sorte”.
Não é preciso um grande esforço de memória para nos recordamos de tudo isto… Não obstante a pesquisa por tais factos ser hoje um tudo, ou nada complicada, porque não dá lá muito jeito mexer no que não interessa.
Ainda na passada Quinta-feira ouvia António Lobo Xavier, Centrista e ávido defensor do actual elenco governativo Português e Europeu, a dizer que não é com ameaças que a Grécia lá vai e que o problema Grego não se alastrará a Portugal e outros que no passado caíram no abismo juntamente com os Gregos.
É este o pensamento do “no passa nada” que tem sido dominante da Direita que está no Poder em Portugal e na Europa, pensamento que empurrará Portugal e a Europa para uma catástrofe que terá repercussões em todo o Planeta.
Isto a não ser que à última da hora surja uma qualquer “luzinha” que mostre a esta gente que a Grécia não tem mais por onde cortar para poder pagar os programas de assistência financeira que no passado a Direita Europeia indicou como sendo a única solução para o problema da crise das Dívidas Soberanas.
Ainda sobre esta temática o conhecido Economista Vítor Bento disse recentemente que “o erro de cálculo deles é que este raciocínio funciona quando estão dois carros iguais em confronto, quando é um camião e um mini, é bom que o mini se desvie porque dificilmente o camião tem incentivo para se desviar”.
No entanto, como pode o “mini” desviar-se do “camião”, se os donos do “camião” obrigaram a que os diversos condutores do “mini” tivessem vendido o volante do seu pequeno e limitado carro?