A sociedade que está a ser criada

Existem situações que espelham realidades comuns em qualquer pais do mundo, este pensamento coloca-nos a seguinte reflexão: que tipo de sociedade está a ser criada atualmente?

Se pensarmos nas palavras de Joseph Stiglitz

“Nada ilustra melhor o que tem acontecido do que o apuro que vivem os que hoje têm vinte e poucos anos. Em vez de iniciarem uma nova vida, cheia de entusiasmo e esperança, muitos deles confrontam-se com um mundo de ansiedade e medo.”

Estas palavras reportam a situação vivida nos EUA, alguma diferença com o que encontramos em Portugal será pura coincidência.

A semelhança destas palavras com o que se ouve nas ruas de Portugal é extraordinária, e este pensamento coloca-nos a seguinte reflexão: que tipo de sociedade está a ser criada atualmente?

Que desafios se colocam na cabeça de um jovem que se aplica e quer ter um futuro brilhante, se cedo percebe que o cenário pode ser mesmo o do desemprego ou o do chamado trabalho temporário e precário? Parece-me que esta é uma realidade transversal ao mundo inteiro, salvo honrosas exceções em que tal não acontece. A esmagadora maioria destes jovens passa por todo esse percurso, de insegurança, de dúvida e até de amargura, desconhecendo o que o futuro lhes reserva.

A sociedade que hoje temos precisa de se encontrar socialmente, reconhecer valores como o da tolerância, da igualdade e da fraternidade, perceber que a maldade e o ódio apenas produzem a divisão e a destruição.

Os conflitos e as divergências, os extremismos que se assumem apenas servem os interesses de quem sobrevive da desordem e da destruição, sim, porque enquanto uns choram outros vendem lenços.

Portugal em tantos anos de história e de um percurso tão enriquecido por imensos feitos que enobreceram a humanidade e o povo português, é a esta altura uma batalha de conflitos, em que nos deixamos envolver pela neblina do esquecimento e alguns de nós se deixam cercar por movimentos e tendências extremistas que não podem ter lugar num pais como o nosso, e que simbolizam uma gigantesca ignorância para com a nossa História.

Somos imensos de Alma, temos na história da nossa existência a única palavra que apenas nós sabemos o sentido: Saudade.

Portugal não é o que vemos nas notícias refletido em atos de vandalismo, que assumem posturas de rotura, completamente disparatadas e que relegam e procuram destruir o que faz parte da nossa história, e que nos ajuda a perceber melhor a nossa identidade, e o que foi feito pelos nossos antepassados.

Algumas das características de Portugal enquanto povo passam por ser elos entre os povos, somos seres solidários, voluntariosos e prontos a “vestir a camisola” para ajudar o próximo. Sabemos dizer: Presente, sempre que faz falta.

Este é o povo português, em território português, mas também fora de fronteiras, onde temos como é do conhecimento geral uma excelente imagem junto dos países que recebem os nossos compatriotas que se viram obrigados a abandonar o seu país natal. Ser português é contribuir para fazer acontecer, ser amigo do amigo, e ser solidário para com os outros.

Jamais poderemos ser um povo que assuma posições extremistas, porque não nos está no sangue. Nos extremos, nada se encontra de positivo, o consenso e a fraternidade serão sempre valores a promover. Eu diria que o extremismo não está na génese de ser português!

Por isso, acredito que Portugal é ainda um país onde se pode promover a igualdade de direitos e de oportunidades, nem sempre é fácil, é verdade que não mas não sabemos da nossa história que as dificuldades fazem parte do caminho, e como se costuma dizer: dos fracos não reza a história. E como tal, sendo nós um povo de brandos costumes, somos também o país dos descobridores do mundo, dos conquistadores, fazedores de novas descobertas, dos criadores de tecnologia de ponta, e de tantas outras coisas fantásticas, somos afinal, portugueses, apenas o melhor Povo do mundo.

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