Quantas curvas tem a estrada da vida?
Que caminhos estão trilhados para nos levarem até ao futuro com que tantas vezes sonhámos.
Olhamos tantas vezes para o passado, procurando pontos de referência. Rebuscamos nos momentos vividos os pontos cardeais do destino. Só que ali apenas encontramos reticências. O passado é uma linha curva que tivemos que contornar para não desistirmos de chegar ao lugar onde hoje estamos. E agora que aqui estamos procuramos nesse tempo razões para as decisões que tomamos e tentamos analisar as consequências das nossas escolhas.
Mas, será que existe (im)perfeição em tudo o que vivemos?
Será que existem atalhos que nos conduzem a lugares errados, fazendo com que a felicidade de viver nos possa parecer apenas uma fantasia que só está ao alcance de alguns. Será que é nesses pequenos desvios que perdemos a oportunidade de viver tudo o que sonhamos?
A vida é feita a partir dessa espiral de sentimentos que nos fazem encaixar o nosso sentir na realidade de tudo o que estamos a viver. Pensamos na realidade que os nossos olhos estão a ver e ao mesmo tempo fugimos de tudo o que somos, talvez porque nada é perfeito e tudo é (im)perfeitamente correcto para podermos evoluir e caminhar nesta estrada que nunca deixará de ter curvas.
Há dias em que acordamos com a sensação de que estamos no sonho errado. Olhamos para o relógio e ele sorri. Viramos os olhos para o calendário e ele encolhe os ombros. No meio dessa confusão pensamos que não é naquela hora e naquele dia que deveríamos ter acordado.
É nesses dias que pedimos ao tempo para voltar ao sonho e a vida diz-nos que não existem retrocessos. A vida diz-nos que não há como voltar atrás e que temos muito caminho à nossa frente. Mas, nem assim a vida nos convence de que talvez seja melhor voltar ao sonho para tentarmos retocar alguns detalhes que não nos parecem certos para o momento que estamos a viver.
A vida responde-nos que há emoções que só se vivem uma vez e que se o ontem não nos sorriu é melhor fazer do dia hoje uma lembrança que amanhã possamos querer recordar.
Não nos resta outra solução. Temos que acordar e aprender a viver a nossa vida. Esta é a vida que temos, só nos resta continuar a vivê-la.