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Precisamos de mais tempo para amar

O mais fácil é começar, difícil é manter uma relação. A chama do início. Uma verdadeira epopeia. À medida que os meses e os anos passam, todo o namoro e casamento acaba por afrouxar. Nem que sejam apenas fases. É inevitável. Sejamos realistas. Deixamo-nos envolver pela rotina, pelo trabalho, pelas questões familiares, colocando o amor que sentimos por aquela pessoa para segundo, terceiro, ou quarto plano. Ficamos ingénuos, pensando erradamente que está seguro. Somos estúpidos. Por vezes, precisamos apenas de parar. Sobretudo, de parar de adiar, de parar. Qualquer dia o “encanto” evapora-se e depois?

Fazemos parte de uma sociedade frenética. Absolutamente frenética. Não paramos um segundo. Não temos tempo. Nem para ler o jornal ao almoço. Todos os minutos contam. O cansaço apodera-se. Torna-se mais forte. Deixamos de olhar para dentro de nós, de ter tempo para nós. Quanto mais para os outros. O outro que está ao nosso lado e que, sem nos apercebermos, estamos a afastar, aos poucos.

Fingimos ser máquinas. Esquecemos que temos um coração a bombear. Desligamos vezes de mais o interruptor dos sentimentos. Deixando-nos embrulhar pelo emprego, ou falta dele, pelas contas a pagar ao fim do mês, pelo arranjo do carro, pelas consultas no dentista… O cérebro está exausto demais. A impaciência torna-se constante. As conversas começam a ser nulas e, quando existem, são discussões. O problema não é a falta de amor, é sim a ausência de tempo para amar. Primeiro, a nós próprios e, depois, aos outros. Quando nos anulamos, estamos também a anular a relação com o outro. Estamos a destruir o que deveria de ser sagrado – o Amor.

Muitas vezes, as pessoas não percebem que estão a chegar ao precipício. Está tudo normal, normal demais. Não querem ver. Preferem a distracção. Deixam-se levar pelos dias iguais uns aos outros. A outra pessoa deixa de ser palpável. Torna-se um fantasma. Está ali, mas é como se não estivesse. Estamos numa relação, mas ao mesmo tempo sentimo-nos mais sós do que se tivéssemos solteiros. Se houver coragem, põe-se um ponto final, se não, fica-se à espera que seja o outro. Depois, segue-se o choque. O acordar para a realidade. Se isso não acontecer, é uma vida inteira a viver com um estranho, um autêntico estranho.

É urgente parar. Colocar em primeiro lugar o que é realmente importante: nós mesmas, o marido, os filhos, ou os pais. Os anos correm depressa demais. Quando não houver outra hipótese se não a de parar, o que restará? O arrependimento? A sociedade frenética está a tornar-nos apáticos. Inexistentes.

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