Numa altura em que as regras do mercado de trabalho convergem para um cenário mais flexível e aberto, reflectindo o fenómeno da globalização, o perfil de empregado em Portugal, bem como no resto do mundo, está a mudar. Das salas de aulas chega-nos uma geração programada para um mercado que exige uma vasta gama de conhecimentos, criatividade e dinamismo ao mais alto nível.
Ao contrário do tipo de empregado das gerações anteriores, em que o perfil que mais se adequava era a relação operacional entre patrão e trabalhador, agora a proactividade, dinamismo e versatilidade são características-chave para singrar. O trabalhador por conta de outrem passou de uma atitude meramente passiva e contemplativa à espera das directrizes do empregador, para um comportamento mais dinâmico, independente e criativo.
Para potenciar estas características, a aposta numa constante formação profissional é outro dos factores que influenciou sobremaneira a mudança deste paradigma e difere as gerações de hoje. Apesar da progressiva automatização e mecanização do trabalho, o capital humano permanece o agente mais importante das empresas, na busca pela competitividade e eficácia. As novas tecnologias de comunicação vieram introduzir uma nova dinâmica aos métodos de trabalho, mas a força trabalhadora continua a ser necessária e essencial para que o processo seja conduzido com sucesso.
A flexibilidade e capacidade de adaptação são qualidades procuradas no novo tipo de empregado, as quais não só as pessoas acabadas de sair das salas de aulas têm de possuir, bem como o empregado que já há muito está inserido no mercado de trabalho, e que as deve adquirir. É neste confronto entre as gerações anteriores e os novos processos de produção que ainda existe um longo caminho a percorrer.
Neste processo de aprendizagem, a cooperação e o diálogo entre as gerações é determinante para que a actualização seja feita da melhor forma, evitando processos de demissões ou reformas antecipadas. Mas mais que tudo é necessário existir uma certa abertura para aprender novos métodos e ensinar, sendo que, nestes casos as formações profissionais devem ser adaptadas ao público-alvo.
É nesta sensibilidade, e capacidade de interpretar as pessoas de modo a extrair delas o melhor de si que está o segredo para o sucesso, pois como diria Theodore Roosevelt, “o mais importante ingrediente na fórmula do sucesso é saber como lidar com as pessoas”.