O técnico dos «dragões» ficou irritado com a actuação de João Ferreira.
Previa-se que a Luz enchesse para assistir a um grande espectáculo entre os dois primeiros classificados e que acabam por ser as equipas que melhor jogam em Portugal. E a verdade é que o jogo entre estes dois eternos rivais foi verdadeiramente empolgante e impróprio para cardíacos.
«O resultado foi aquilo que o jogo ditou. Na primeira parte foi um jogo de loucos, com quatro golos em poucos minutos. Ambas as equipas estiveram muito fortes na finalização». Jesus não podia estar mais correcto. Os primeiros vinte minutos foram tremendamente frenéticos. Os «dragões» inauguraram o marcador por Mangala ao finalizar um livre cobrado por João Moutinho (7’). Mas, dois minutos depois, um golaço de Matic empatou a partida: o médio sérvio não se fez rogado e rematou de primeira, ao ângulo, após assistência de Jardel. Aos 14 minutos, Jackson Martínez aproveitou um erro clamoroso de Artur para colocar os campeões nacionais de novo em vantagem. Mas a resposta do Benfica não tardou e Gaitán voltou a empatar a contenda, ao aproveitar um erro da defesa portista que não conseguiu sacudir o cruzamento de Salvio (16’).
Após este início forte, as equipas baixaram o ritmo e as ocasiões escassearam. «Na segunda parte, o jogo foi mais equilibrado. A grande oportunidade é do Cardozo, que isolado pode fazer o 3-2. Foi um jogo muito intenso», referiu Jorge Jesus que lamentou a perdida do avançado paraguaio que, sozinho, permitiu a defesa de Helton para o poste (76’). Para além desta oportunidade de Cardozo foi, ainda, de destacar a estreia de Marat Izmailov com a camisola do FC Porto. O médio russo entrou, aos 74 minutos, para o lugar de Defour.
Embora não tenha tido uma influência directa sobre o resultado, o árbitro João Ferreira, de Setúbal, cometeu alguns erros (sobretudo, a nível disciplinar) que foram fortemente contestados por Vítor Pereira, no final do encontro: «Lamento claramente três foras-de-jogo mal tirados, que nos deixariam isolados, e duas expulsões claríssimas. Uma delas à minha frente, a do Maxi, era vermelho directo. E o Matic devia ter visto o segundo amarelo». Como seria de esperar, Jesus não partilhou da opinião do técnico dos «azuis-e-brancos»: «Para mim fez uma boa arbitragem. Não sei onde é que o Vítor vê isso. Mas pronto, ele vê à maneira dele. O Porto também fez muitas faltas, muitas faltas tácticas. O João Ferreira não mostrou muitos cartões, tentou que ambas as equipas acabassem com onze.»