Perdida no aconchego de um desassossego que não se conhece, as palavras ficam para depois, agora valem apenas as lembranças que acalentam a alma.
Restam as emoções vividas no momento libertador da paixão, aquelas que deixam marca e nos sinalizam como abençoados, porque soubemos o que significa amar. Afinal a vida valeu a pena! Quantos passam pela vida, sem conhecer o significado do Amor?
Sou o ar que respiras, disseste-me um dia, quero sê-lo de novo agora, sem razões nem porquês. Este era o tema de um dos últimos livros que tive oportunidade de ler, o amor que acontece a quem não acredita nele, e que pretende desmistificar a ideia de que as pessoas se possam apaixonar verdadeiramente, afinal o amor não existe.
No entanto, e ainda na história que li, mas também tantas vezes na vida. na tentativa de desmistificar aquilo em que não se acredita, também este personagem acaba o incrédulo por se envolver numa intensa trama amorosa, que lhe virou, literalmente, a vida do avesso.
São os chamados céticos do amor e das relações mais sérias e tal, tudo liberal e sem compromissos, a aproveitar a vida… adoro ouvi-los falar, libertos de todas essas questões que são próprias do ser humano, tão donos de si e da sua razão. Mas…
O amor gosta de pregar partidas, é inspirador e acontece muitas vezes àqueles que dizem não ser dessas lamechices do amor… Pois, mas bem sabemos quantas vezes são apanhados nos meandros da vida, por sentimentos que não dominam, ainda que não estejam preparados para os viver. A vida de repente é avassalada e já não conseguimos dominar as nossas emoções, porque o nosso coração já não nos pertence.
“Amo-te” foi a última palavra que a sua boca pronunciou, e ele quase não conseguia acreditar, nunca mais teria a oportunidade de perceber o aconchego do seu abraço, o toque ameno da sua pele, nem o respirar suave que deixava emanar quando junto ao seu ouvido, pronunciava ternas declarações de amor, que eram a sua fonte de vida e de encanto inspirador.
De repente estremeceu por perceber a dificuldade em continuar a viver, sem aquela pessoa do seu lado.
Ocorreram-lhe todas as palavras que queria ter dito e não disse, o que lhe queria ter mostrado e não houve oportunidade, enfim, tanto que ficou por viver e por realizar. Terminou? Como assim, não pode ser…
Ainda havia tantos planos por concretizar, viagens por realizar e emoções por sentir e viver, como assim acabou?
Sentiu-se também ele falecer de coragem e de força, de repente percebeu o valor e a importância daquela pessoa na sua vida.
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