Os anos 80 – Estão de volta!

“Eu cresci nos anos 80” é uma afirmação que oiço muito para justificar gostar-se de terminada música ou revivalismos.

Ora eu cresci nos anos 80! Fui criança nos anos 80 e associo o meu crescimento para adulta aos anos 90. Nunca fui muito de revivalismos ou de achar que “naquela época é que era”. Eu sou do tempo que vivo, por isso, sempre tive alguma dificuldade em entender esta ligação a determinadas épocas. A juventude, a adolescência ou a idade em que tudo é possível (sem medos ou culpas, vá!) marca a história pessoal de todos nós e é bem visível no revivalismo que estamos a atravessar.

Os adultos dos nossos dias são a malta da minha geração e, talvez por isso, a moda e a música dos anos 80 esteja tanto em voga! E enchem o peito para dizer: O que é bom é isto! Nesta altura é que era! (tal como fizeram os nosso pais sobre a época da sua juventude) A bonita roupa meia florescente e rasgada, calças com o cinto no umbigo, o tornozelo à mostra e as t-shits finas meias desfeitas em algodão fino, uma lindeza! Mas era o estilo da moda dessa altura, com os Porfírios a explodir com roupas em cores que quase feriam a vista!

Era lindo quando tinha 12/13 anos! Até nessa altura podia vestir tudo (apesar de sempre ter sido esquisita, a minha mãe que o diga!), depois disso passei a assumir as rédeas do que deveria vestir! E do que gosto e não gosto.

Os anos 80 estão de volta! As calças curtas, os sapatos de berloques, mocassins, fitas e laços coloridos no cabelo… será falta de originalidade? Ou precisamos recuperar momentos que vivemos para valorizarmos o que temos agora? Será sinal de saudosismo ou futurismo? Não é nada de novo, bem sei! De tempos a tempos, a moda, a música e as tendências voltam a inspirar-se no passado e a misturar o novo com o datado e vice-versa.

A meu ver é positivo, significa que todas as épocas têm coisas boas que se podem adaptar ao tempo atual. Não desaparecem simplesmente, como se não fossem interessantes. É um sinal de saudosismo misturado com futurismo, se analisarmos bem as coisas. A forma como progredimos e avançamos no tempo não nos permite ter as coisas como foram produzidas, ou seja, são aparentemente iguais às da época, produzidas com os materiais e máquinas dos dias de hoje, já não se fazem da mesma forma a indústria evolui muito.

Associado a esta época para mim está a música… ligeiramente foleira, temos de reconhecer! Não deixa de ser gira ou boa, não me interpretem mal! Foram anos fantásticos, não tínhamos telemóveis e brincávamos na rua com o sol a reger o regresso a casa. Vivíamos mais o presente, sabíamos os nomes dos vizinhos e do senhora da mercearia ou da papelaria. Foram anos de imensa felicidade e liberdade.

O que foi já não volta, é o que é. É bom recordar, o que é hoje será também bom e iremos recordar com a mesma saudade.

Photo by Florian Schmetz on Unsplash
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Julieta

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