Não sei responder a esta questão, mas posso especular com vários motivos e todos eles bem díspares. Uma das formas de união são os clubes desportivos, as eternas batalhas entre os supostos maiores, Benfica, Sporting, Porto ou outro qualquer. Estes são os suficientes para gerarem guerras de laranjas e de pipetas que acertam nos olhos de quem estava distraído.
Ácidas, q.b.. são o motor de arranque para guerrilhas em que cada um usa as armas mais malévolas que encontra. Há toda uma pertença que os identifica, mas que os separa, sem se darem conta. Basta falar de outro tema, que não o futebol, que se reacende a contenda até às calendas do infinito.
Por outro lado, a religião funciona como um cimento potente. É tão forte que o dogma está perfeitamente instalado e aproveita a sua cama de rede e todas as tempestades que surgem e que podem ser proporcionadas. A existência de uma entidade máxima, seja ela qual for, suscita respeito e medo. O medo será a consequência do não cumprimento das regras ou preceitos e o respeito é o seu entendimento. Será assim?
Não consigo entender nenhum deles, mas vivo bem com esta não integração em coisa nenhuma. Não por falta de incentivos, que me foram dados em doses industriais e não funcionaram, mas sim por livre-arbítrio de pensamento. Gostava de saber o que vai no íntimo de cada um, mas tal é impossível. Posso supor, mas não é sentir. Talvez eu não sinta nada. Um defeito tremendo que nunca será combatido.
O que verifico é que, quando alguém pede ajuda espiritual, um enorme exército se junta, independentemente das cores dos clubes que cada um defende, surgindo para o combate que se possa avizinhar. Para tal todas as armas são úteis e o objectivo não será denegrir o outro, mas, sim, apoiar, fazer-lhe ver que está ali para ajudar e que partilha das mesmas intenções. É bonito perceber que existe um elo.
Nos dias que correm esta união é da maior importância. Há um inimigo que ataca e que deve ser combatido. Dizem que sim. As forças unem-se e esquecem-se os clubes e as religiões. O importante é o bem comum. Claro que existem sempre vozes discordantes, mas isso faz parte do espírito humano. No final, veremos como tudo fica.
Pode ter vários nomes, como amizade, terapia, família ou tantos mais. Todos eles são irrelevantes pois o que se pretende é que a ajuda chegue a quem precisa. É nestas precisas alturas que me recordo do poeta que afirmava “vale sempre a pena quando a alma não é pequena”. Afinal foi um visionário e aventureiro. Vale a pena? Valerá?