1 – Disse aqui em tempos que a “Direitola” tinha chegado ao fim. Na altura, disse também que isto era motivo de regozijo para todos nós, pois o Partido Social Democrata (PSD) tinha voltado a ser um Partido no verdadeiro sentido do termo e não uma espécie de grupo de fanáticos irredutíveis que se acham senhores da verdade e de tudo e mais alguma coisa.
Contudo, o tempo mostrou que eu estava redondamente enganado, dado que o PSD voltou a eleger como Líder uma personagem que já disse publicamente querer ser Primeiro-ministro de Portugal sem eleições. E isto é somente a “ponta do icebergue” de um País que tem na oposição um PSD à “Direitola” e um CDS-PP à Social-democrata.
2 – Desenganem-se aqueles que têm por norma ler o que vou aqui escrevendo. Não sou a favor de nozes únicas, embora me agrade e de que maneira um Governo de Esquerda/Centro-esquerda.
Tenho para mim que a Democracia só funciona no verdadeiro sentido do termo, quando o debate construtivo de ideias surge na nossa Assembleia da República.
É muito por causa disto que critico fortemente a postura de Pedro Passos Coelho e da sua Direcção partidária, porque ambos têm demonstrado publicamente e, por mais do que uma vez, que só lhes interessa o Poder para poderem fazer o que querem, como querem e quando querem contra tudo e contra todos.
3 – Foi constrangedor e revelador a posição que o PSD tomou, aquando do debate do Orçamento de Estado para este ano. O Partido Social Democrata, através dos seus representantes na Assembleia da República e programas de debate televisivos, disseram que votariam contra o Orçamento na generalidade e na especialidade e que não apresentariam uma única alteração ao documento por uma questão de responsabilidade.
Uma clara demonstração de que o PSD se está a borrifar para Portugal e para os Portugueses. Uma posição que – pasme-se – o Partido Português de Direita (CDS-PP) não partilha, dado que Assunção Cristas anunciou que os Centristas irão apresentar alterações ao Orçamento, quando este for debatido na especialidade.
4 – Como se não bastasse a clara demonstração de que o Partido Social Democrata é hoje a encarnação da “Direitola”, eis que tivemos o seu líder, Pedro Passos Coelho, a defender a maior “sacanice” que os políticos podem fazer ao seu povo.
Fica mal a Passos Coelho vir defender publicamente Maria Luís Albuquerque. E fica-lhe mal, porque ele sabe muito bem, assim como todos nós, que a Arrow não contratou a dita Senhora por causa das suas competências (que não nego que as tenha), mas sim pelo seu conhecimento de causa, ou não fosse Portugal de hoje um País “atolado” em dívidas e crédito mal parado.
Em suma, o Pedro vai a passo e ainda não se apercebeu que todos lhe estão a passar à frente (o CDS-PP inclusive). Porém, ele até que vai feliz. Feliz e de pin com a bandeira portuguesa na lapela.