Necessidade ou vaidade?

Sempre ouvi dizer que a prostituição era a “profissão” mais antiga do mundo que consta até na Bíblia. Daí a  antiguidade desta actividade milenar. Durante muitos séculos as mulheres eram dependentes dos homens e vistas só para procriar, sexo inferior, escrava sexual com autorização de confinamento no lar. Sem refilar.

Baseando-me na história do mundo o sexo feminino nem direito tinha a ter direito nem opinião, muito menos a trabalhar. As que ousavam querer a sua emancipação eram condenadas à sua própria sorte. Largadas na rua era  só  um passo e assim faziam da prostituição a sua própria profissão para não passarem fome e até para serem independentes. Outra forma de emancipação com gostinho de dominação, mas nunca deixariam de ser dependentes e à mercê das sevícias do sexo masculino.

Estamos em pleno século XXI e nada mudou. Muitas de nós ainda sentem essa pressão masculina, claro, que não tão óbvia mas nem assim deixa de existir um chicote de testosterona para nós lembrar que quem manda são eles. Será por isso que quem recorre à venda do seu próprio corpo faz disso bandeira na internet? Uma forma de feminismo? De independência sexual?

Com ela veio a banalização do corpo, sexualmente exposto a quem por um punhado de euros esteja disposto. Como se estivesse a comprar um quilo de carne…tudo tão fácil e à mão de semear. Seja através de anúncios, apps, redes sociais, tudo serve para ostentar aquilo que deviam manter resguardado e privado.

A Internet veio revolucionar e banalizar a prostituição sem vergonha nem pudor. Na idade média, até se poderia compreender a entrada nesta vida , mulheres sozinhas num mundo ingrato e sujo mas agora… com o mundo na nossa mão? O dinheiro fácil sempre soube como corromper até o mais honesto dos homens, e seduzir a mais santa das mulheres. Será a necessidade ou é só simplesmente… vaidade?

Contudo, esta vida não é mais segura agora, como aliás nunca o foi. Estas mulheres ao permitirem se expor não podem querem privacidade depois. Tudo pode vazar pela internet a dentro, e ela tem memória. Mulheres não tem medo? Pensam que  estão mais resguardadas porque nem sempre há toque mas… e a vossa dignidade que é  invadida, esmiuçado  com vocês a ver? Nada disso vos mete medo? E a vossa honra fugiu? É a sujidade que deveras sentem?

Tudo nesta profissão se tornou fácil,  como um upgrade de um jogo novo que é  jogado e depois passa se para o nível seguinte. Por isso mulheres de  promíscua profissão, honrem quem andou a queimar sutiens por nós e  principalmente honrem se a vocês  próprias . Eles só se lembraram de vós na hora do aperto, quando passar serão só uma lembrança  num preservativo.

O dinheiro vai e vem mas nunca vos devolverá a dignidade perdida.

O mundo esse é pouco exigente e volúvel, mas como num jogo o nível mais difícil é mais apetecido…até  ser atingido.

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