A atriz já tem o seu lugar ao sol em Hollywood. Cara conhecida em filmes como “A minha semana com Marilyn”, “Blue Valentine” e “O Segredo de Brokeback Mountain”, agora o propósito de Michelle Williams é outro, lutar pelos seus direitos como mulher.
No início deste ano, o nome da atriz esteve envolvido numa polémica que já não é nova. No final de novembro de 2017, enquanto regravava algumas cenas para o filme, da qual é protagonista “Todo o dinheiro do mundo” de Ridley Scott surgiu uma apetitosa notícia no Washington Post. O tema era simples: as diferenças salariais entre Williams e o seu co-protagonista Mark Wahlberg. O verniz estalou quando os salários de ambos os atores foram expostos. Segundo a fonte, Wahlberg, um dos atores mais bem pagos do cinema recebeu 1,2 milhões de euros pelas filmagens extras, enquanto que Williams, quatro vezes nomeada para o Óscar, só recebeu 820 euros, pelo mesmo. O movimento #MeToo tem sido dos tópicos mais falados em Hollywood, a luta dos mesmos direitos salariais entre homens e mulheres tem sido dos tópicos mais comentados nos últimos meses. Tal assunto não é recente, mas apenas agora é que certas vozes estão a ser ouvidas. A última a divulgar o mesmo foi a produção da série “The Crown” que veio pedir desculpa a Claire Foy por receber menos do que o seu companheiro de ecrã Matt Smith. Mesmo sendo a atriz a receber mais protagonismo e a filmar mais cenas do que o ator. “Ainda há muita injustiça salarial” reflecte a Williams “E ainda muito a fazer“. Hollywood é só o começo, este movimento não pretende ficar apenas por aqui, mas abrangir todos os empregos em todas as áreas.
Dificilmente conseguimos escolher o género predilecto de Michelle Williams. A actriz, faz mesmo questão disso. Desafia-se a si própria e reinventa-se. Desde o drama puro em “Machester By the Sea” ao lado de Casey Affleck, à comédia com “Sou sexy, eu sei” e ao musical “O Grande Showman”, com Hugh Jackman e mais recentemente em filmes de super-heróis, com “Venom”. Michelle adora desafios e tem a necessidade de crescer na área e para isso aceita papéis diferentes que antes nunca tinha aceitado. “Venom” é a sua primeira estreia num filme comercial. Aceitou ser a personagem Anne Weying, numa produção maior e com pessoas que não conhecia.
Michelle Williams nasceu em Montana, a 9 de setembro de 1980. Desde criança apresentava o desejo da representação. Depois de alguns anúncios e pequenas participações, conseguiu o lançamento da sua carreira na série “Dawson´s Creek“. Em 1998, interpretava Jen Lindley uma personagem secundária, que mais tarde mereceu mais destaque. Manteve-se no ar durante seis anos. Depois de uma série de adolescentes, Williams mereceu a sua grande oportunidade com o filme de Ang Lee, “O Segredo de Brokeback Mountain” (2004). A primeira nomeação para o Óscar como papel secundário e a primeira vez que se apaixonou no ecrã. O final desta história de amor foi triste.
A sua personagem, “era a esposa a fingir” do ator Heath Ledger. O casal apaixonou-se imediatamente nas gravações. Amor à primeira vista, segundo dizem. Rapidamente Williams engravidou e juntos deram as boas-vindas à filha, Matilda, em 2005, antes do filme que os juntou, estrear. O casal comprou uma modesta casa em Boerum Hill. A felicidade foi imediatamente interrompida pelos media. Separaram-se três anos após estarem juntos. 5 meses depois, em janeiro de 2008, Ledger foi encontrado morto. As causas deste destino fatal resultam de uma overdose acidental de drogas. Não chegou a ver aquele que foi o seu melhor filme, “O Cavaleiro das Trevas” de Christopher Nolan. De um momento para o outro, Williams e a filha tornaram-se o alvo favorito dos papparazzi. Uma amiga da atriz ajudou-a a superar a tragédia. Deixou Brooklyn e mudou-se para uma casa rural em Nova Iorque. “Eu nunca me vou esquecer daquela vez em que fui aos correios. Havia um poster afixado na parede a indicar se alguém conhecia alguma informação sobre mim e a minha filha para ligar para o número abaixo. Arranquei logo da parede o papel”, recorda a atriz daqueles momentos em que se sentiu sufocada com a imprensa. “Quando somos uma mãe a dar o único suporte a um filho, quando o elemento protector desaparece, é assustador”, continua a atriz a comentar sobre os seus momentos de luto.
Michelle Williams continua a ser uma pessoa muito privada e uma mãe que tenta ao máximo proteger a sua filha do mundo da fama. Segundo a atriz o dinheiro não é a sua motivação. “O dinheiro não é algo que me faz levantar da cama. Vivo numa casa simples, com um carro de anos e não vou de férias. Mantenho a vida sustentável e isso é o mais importante para mim“, refere como vive longe das luzes da ribalta.
Rainha do cinema independente já provou ser um camaleão do cinema. Ajusta-se facilmente às diferentes propostas cinematográficas e é excelente no que faz. A sua carreira avança em diferentes direcções, o que apresenta o profissionalismo como atriz. De momento podemos ver Michelle Williams no filme “Venom” que se encontra ainda em exibição.