Mamma Mia! (2008)

Typical isn’t it? You wait 20 years for a dad and then three come along at once.

– Rosie

Este filme conta a história de Sophie (Amanda Seyfried), uma rapariga que está prestes a casar e que tem o sonho de ter o seu pai presente no seu casamento. O problema é que a própria mãe, Donna (Meryl Streep) não sabe quem ele é, pois pode ser 1 de 3 homens com quem a mãe esteve num curto período de tempo.

Um filme que tem características muito interessantes e positivas mas que, ao mesmo tempo, traz condicionantes que acabam por prejudicar toda a experiência e passo a explicar o porquê.

Quando um filme tem uma história e existem músicas que são feitas para complementar esta história o resultado é muitas vezes fantástico e os grandes musicais dos nossos tempos são feitos dessa forma, no entanto o que temos aqui é o inverso.

A tentativa de pegar no reportório de uma banda com sucessos de natureza variada como os ABBA e encaixar num grupo limitado de personagens com uma narrativa específica acaba por ficar imensamente forçado. Existem várias cenas em que para justificarem certas partes da letra as personagens fazem coisas completamente fora da personalidade que foi proposta inicialmente para essa mesma personagem e então tudo parece bastante aleatório.

Ainda assim, tirando este ponto, o filme tem aspetos muito interessantes : A cinematografia mostra cenários paradisíacos e muito bem filmados; os atores cantam todos as próprias músicas e isto traz uma enorme genuinidade a vários momentos do filme (é um pouco irrealista como em musicais pessoas do dia a dia sabem todas cantar e dançar espetacularmente bem) e mesmo atores como Pierce Brosnan que não cantam muito bem fazem um esforço que complementa bem tudo o que está a acontecer ao seu redor.

A nível musical os momentos resultam e são bem executados, mas acho que todos os atores se desleixaram um pouco no departamento da representação e focaram-se apenas nas partes musicais.

Queria realçar aqui Amanda Seyfried como a grande estrela do filme, para além de ser a que , na minha opinião, um melhor trabalho de representação faz (o que não é pouco ao lado de atores como Meryl Streep e Colin Firth) a atriz mostra uma facilidade em ter carisma, cantar melhor que todos no filme e ser assim a que consegue conjugar as melhores partes do filme.

Em resumo, um filme medíocre com várias narrativas forçadas (pela obrigatória banda sonora) e que vale pelas músicas, cinematografia e por uma estrela chamada Amanda Seyfried.

* CUIDADO COM SPOILERS *

Como disse acima, creio que as narrativas foram todas bastante forçadas tendo em conta a necessidade de encaixar algumas músicas que não pertenciam à premissa que foi dada mas que quiseram de uma forma ou de outra apresentar neste filme.

O final deste filme parece um pouco cobarde e infantil, quase como se fosse um filme da Disney. Embora as premissas não sejam muito boas existe um elemento de suspense sobre quem é o pai de Sophie, que é bem introduzido e que pode deixar realmente o espectador agarrado a este “gancho”. No entanto o filme deita isto fora quando apresenta como solução final que eles preferem não saber quem é o verdadeiro pai porque se “afeiçoaram” a ela e então decidem partilhar a paternidade entre os 3. Não gostei nada desta resolução.

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