Eu voto!
Sim, é isso, eu manifesto a minha opinião, preenchendo um boletim o qual introduzo numa ranhura, que por sua vez foi feita numa caixa…
Votar ou não votar… eis na questão, mas tenho direitos! Tenho direito a manifestar-me nas ruas, celebrar a liberdade alcançada na década de 70 e sei lá… assim pensando em coisas importantes… importante, importante, é ir à festa do Avante!
Por acaso, só mesmo por acaso, comemoro mais um aniversário no mês de Setembro e, sei lá, estava a pensar em fazer uma festa, mas tenho algum receio de que a Policia me bata à porta, a não ser que deixe hasteada uma bandeira alusiva a algum partido politico e ai cause alguma reticência no que diz respeito à legalidade do ajuntamento. É que afinal de contas é para manifestar o estado de espírito sobre mais um aniversário da minha pessoa.
Deveres e direitos andam completamente desencontrados e, quiçá, zangados. E pode-se dizer o mesmo sobre tomadas de posições sobre uma panóplia de assuntos!
Tenho o direito a ir ao supermercado, mas com o dever de obrigatoriedade de fazer uso de máscara e respeitar o distanciamento de segurança.
Mas calma! Dizem as más línguas que a final da Liga dos Campeões foi um prémio ao excelente trabalho dos profissionais de saúde. Então e a realização de manifestações, espetáculos e festinhas são um prémio ao trabalho de quem?
Franz Kafka!
Quem?
Só pode. É que a situação epidemiológica, denominada de KAFKIANO, perdão COVID-19, mostrou ou tem mostrado o lado absurdo, confuso ou ilógico, aquando da tomada de algumas decisões.
Abrir as escolas, que normalmente ocorrem em ambiente controlado e onde os alunos conseguem ter o discernimento da segurança no que respeita ao Kafka, perdão, COVID-19, aparenta ser um risco e há que ponderar bem. Mas calma, abrir as creches foi numa boa, afinal de contas, as crianças de 2, 3, 4 anos não partilham, são super-obedientes e possuem um elevado grau de responsabilidade que nem vos passa pela cabeça.
E é isto. Este artigo teve um início, perdeu-se pelo meio e não há meio de ter fim. Confuso ou Kafkiano?
É dessa mesma forma que não percebo a tomada de posição em relação à realização, ou não, de determinados eventos, ou início de outras atividades.
Todos os erros humanos são impaciência, uma interrupção prematura de um trabalho metódico…
– Franz Kafka