Jesus Cristo foi casado e constituiu família?

Jesus Cristo é, normalmente, visto como o fundador do Cristianismo, lançador das sementes daquela que viria a ser a fé mais seguida e sentida do planeta. Porém, tal como na sociedade em que vivia, à semelhança dos seus transeuntes, não teria desenvolvido relacionamentos e família? Para este efeito, decidi pesquisar e expor aqui três casos de trabalhos de investigação concretizados.

De acordo com o website de especialistas na matéria ‘Y-Jesus’, em 1980, foram encontradas ossadas em caixas, no decorrer de uma escavação, em Jerusalém. Aí, foram encontrados nomes semelhantes àqueles que eram relativos à família da figura de Cristo – “Jesua”, “María”, “Mariamene e Mara”, “Mateus”, “Jofa”, “Judá”. Desta forma, James Cameron, produtor do documentário ‘O Túmulo da família de Jesus’ (2007), “tenta mostrar que Mariamene e Mara é Maria Madalena, e que ela e Jesus tiveram um filho chamado ‘Jesua filho de Judá’”, segundo o mesmo sítio cibernético. Outra das conclusões que se retiraram daí foram a incompatibilidade no ADN entre “Jesua e Mariamene e Mara”, o que potencia a probabilidade de ter havido o mencionado matrimónio.

Nesse sentido, deve ser visto o trabalho de uma historiadora da Universidade de Harvard, em meados de 2010. Karen L. King analisou um papiro que lhe chegou de Roma, o qual um coleccionador alemão privado concebeu para efeitos de tradução. Trata-se de um evangelho que, segundo um professor de Egiptologia, dizia ser, cite-se o ‘Jornal de Notícias’, “o único texto em que Jesus falava de uma esposa”. Sem se saber de uma proveniência concreta, assim como sem chegar a conclusões consistentes, a mesma investigadora terá identificado as seguintes frase: “Jesus disse-lhes: A minha mulher…”; continuando, ainda terá conseguido percecionar “Ela poderá ser minha discípula”.

Ainda, veja-se mais um caso de investigação. Barrie Wilson, docente na York University (Canadá) e Simcha Jacobovici, autor do documentário ‘O Túmulo de Jesus’, passado na Discovery Channel, juntaram-se para escrever e lançar, nos finais de 2014, a obra The Lost Gospel (em português: O Evangelho Perdido). De acordo com o ‘Washington Post’, o mesmo livro inicia com a frase: “O que o Vaticano temia – e o que apenas [autor d’O Código da Vinci’] Dan Brown suspeitou – tornou-se realidade”. Aí, sem o intuito de “atacar ideologia religiosa alguma”, chegam mesmo a afirmar que Jesus Cristo “namorou, casou, teve relações sexuais e gerou filhos”.

Com estes resultados, assistimos a vários progressos numa tentativa de verificar até que ponto se desenrolou a vivência de Jesus da Nazaré. Daqui, várias questões se colocam, as quais a resposta se revela incerta: o Jesus histórico existiu como o Jesus bíblico? Qual o período temporal em que viveu? Como se desenvolveu verdadeiramente a sua vida?

Um mundo vasto como é o da realidade cristã continuará em busca de muitas respostas às muitas perguntas que se colocam. Deste modo, Cristo vai continuar a ser um objecto de investigação de incessante recorrência, dada a sua complexidade intrínseca, mas, sobretudo, em termos de influência social. Neste seguimento, um académico de relevo nos estudos sobre a personalidade cristã, Bart D. Ehramn, agnóstico assumido, afirma, num artigo para o ‘Huffington Post’: “importa não só para aqueles que acreditam que os seguidores de Jesus o fizeram acertadamente, mas para qualquer pessoa que se preocupe com os factores que moldaram o mundo no qual vivemos hoje.”

Share this article
Shareable URL
Prev Post

Guerra de Gigantes: Marvel e DC Comics no cinema

Next Post

O Lado Solidário do Desporto

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Read next

Escolas fechadas?

Adoraria que este país tivesse temas de notícia tão pouco sérios que pudesse falar-vos sobre o cacho de uvas…