De que forma o stress e o trauma afectam a sexualidade nas mulheres?

Todo o seu corpo treme sem que o possa controlar. As lágrimas deslizam pelo rosto e o aperto no peito é algo que deseja aliviar.

A sua mente recua a um passado onde ainda acredita em príncipes e princesas. Neste mundo, não há lugar para pessoas mal-intencionadas, os sonhos são uma constante fuga à realidade, como se de alguma forma isso aliviasse todo o sofrimento que agora vivência.

O casamento de uma década deixara muitas sequelas físicas e morais, mas neste momento ela sente o verdadeiro embate de todas elas.

Ela sabia que seria apenas uma noite de sexo ocasional, as amigas alertaram-na para o facto de não estar preparada para dar aquele passo, porque simplesmente ela “não era assim”.

No entanto, a necessidade de provar a ela mesma, que todas as crenças e valores que a família lhe havia passado estavam erradas, foi mais forte.

Estava tão enganada… neste momento o que mais queria era chegar a casa e tomar banho, como se de alguma forma a água limpasse todas as marcas impressas na alma. Mesmo sabendo que aquele homem apenas queria sexo, uma parte mais recôndita do seu ser acreditava que poderia ser amor.

Este momento marcou esta mulher para sempre.

Esta podia ser a minha história ou a história de tantas outras mulheres.

A maioria das mulheres encara o sexo como forma de aumentar a intimidade no relacionamento. Por isso, é comum esperarem um certo tempo para se envolverem de forma mais íntima com o homem. A mulher leva em consideração o amor, o carinho e companheirismo na relação para sentir-se segura para a relação sexual. Já os homens costumam ser mais impulsivos, pensando menos nos sentimentos do que as mulheres. Não quero dizer com isto, que seja um padrão, mas na sua maioria é assim.

Desde sempre foram incutidas na mulher determinadas crenças e valores culturais a respeito do sexo e para algumas a sexualidade chega a ser vista como “um mal necessário”. É comum ouvir relatos de mulheres casadas dizendo que à noite inventam todo o tipo de desculpa para não fazerem amor. Muitas acabam também por desenvolver baixa autoestima e muitas vezes de forma inconsciente, achando que não são magras ou bonitas o suficiente, acabando por desenvolver vários traumas que as impedem de se sentir plenas e realizadas durante o sexo.

Os homens por norma são mais visuais, bastando por isso uma lingerie mais sexy ou um gesto provocador para se sentirem excitados. No entanto, os homens também têm os seus dilemas neste campo, tais como ejaculação precoce, incapacidade de erecção ou até mesmo o velho e conhecido drama a respeito do tamanho do pénis.

Na minha opinião, homens e mulheres deixam arrastar por demasiado tempo dúvidas e dilemas, passando estes consequentemente a traumas e transtornos do foro psicológico.

É comum ouvirmos relatos de homens e mulheres acerca do stress da vida quotidiana e de como o mesmo acaba inevitavelmente por causar transtornos na vida íntima do casal. Se por um lado, a mulher só quer chegar à cama e dormir, pedindo aos Deuses e anjinhos para que o parceiro respeite o seu merecido descanso, depois de oito horas de trabalho seguidos das exigentes tarefas domésticas. O homem, por sua vez, pede aos céus para que a mulher não tenha uma das suas dores de cabeça e deseje fazer amor, pois para ele nada como uma boa noite de sexo para libertar tensões acumuladas.

Somos biologicamente e moralmente diferentes. E sinto que ambos os sexos têm vindo a evoluir nesta temática. Ainda há os homens que encaram a mulher como “sexo fraco” que com falinhas mansas fazem de tudo para obter uma mera noite de prazer, como também há a mulher princesa que continua a acreditar em príncipes encantados.
Homens e mulheres do “AGORA” não há princesas e não há sapos! Há mulheres e homens que têm necessidades fisiológicas e o sexo deve ser encarado como algo maravilhoso e não como um bicho de sete cabeças.

Para as mulheres, deixo um apelo “sejam rainhas de vocês mesmas” e aos homens só me resta apelar à vossa honestidade, cavalheirismo e compreensão, porque afinal de contas nós mulheres somos maravilhosamente irresistíveis.

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