Um dos maiores dramas que o mundo tem vindo a assistir, é o fluxo de refugiados que é cada vez maior e mais complexo. Quando o assunto são os refugiados, as opiniões dos líderes das nações mais ricas e das pessoas nem sempre são as melhores e o que se tem vindo a notar é precisamente um crescente de opiniões negativas, na altura dos refugiados entrarem nos países de destino.
Vivemos num mundo em que as diferenças económicas cada vez são maiores de país para país, de nação para nação e em que os valores morais depressa são esquecidos perante a ameaça de uma sobrelotação da população de cada país. Enquanto uns querem ajudar e querem aceitar os refugiados nos seus países, outros há que querem evitar isso a todo o custo, muitas das vezes instigados pelos seus líderes, mas sejamos realistas: até que ponto estamos nós realmente prontos a aceitar refugiados no nosso país? Será uma questão étnica e de racismo ou apenas receio que a nossa sociedade seja muito afectada com os novos costumes, as novas tradições e os apoios que são prometidos para quem vem de fora sem nada? O que têm essas pessoas para nos oferecer e estarão elas dispostas a respeitar as nossas leis e a nossa sociedade? Estas são algumas perguntas que nos passam pela cabeça quando realmente refletimos seriamente nesta questão.
O mundo está a ficar cada vez mais desequilibrado, temos países sobrelotados e que começam cada vez mais a sentir os recursos a escassear e temos outros quase desertos para os quais ninguém quer ir viver, isto é algo que tem consequências futuras ou até já imediatas. A situação dos refugiados só nos veio relembrar de como este mundo é mal gerido: temos pessoas a dar cabo de recursos à toa e temos crianças que não têm o que comer, nem água potável para beber, nem sequer cuidados médicos básicos. Vivemos todos à mercê da ganância, egoísmo e orgulho de quem podia fazer mais pelos mais necessitados mas que acaba por instigar à violência e chegámos ao cúmulo de assistir calmamente das nossas poltronas à miséria em que outros países vivem sem nada fazermos e então devemos colocar a questão: que moral temos nós para impedir ou não querer que os refugiados entrem no nosso país?
É claro, que também existe a outra face da moeda. Temos plena consciência que nem todos os refugiados vêm para fazer o bem, afinal de contas são humanos como todos nós e, tal como muitos de nós, têm o prazer por praticar o mal. Para a maioria das pessoas, a rejeição para com os refugiados pode até nem ser de natureza racista e sim do facto de lhes serem prometidos apoios monetários e sociais, habitações e oportunidades de emprego, que não são dados às próprias pessoas do país, que trabalham a vida toda e só pagam impostos sem nunca terem nada delas e sem nunca terem apoio do estado ou do governo, o que nos leva a outra questão: se os governos afirmam não terem para dar ao seu povo, como podem de repente ter para dar a pessoas que chegam fugidos de outros países e sem nada?
O grande problema é que quem tem poder para intervir e para ver que a raiz do problema dos refugiados, não são eles, nada faz a não ser optar pelo caminho mais fácil: instigar à violência, o que, por sua vez, pode levar a que a resposta seja ainda mais violência. É certo que a solução deste drama não passa simplesmente por aceitar a massa de pessoas que se dirige a alguns países, para entrar, pois a mentalidade humana também faz com que venha a acontecer um abuso e um excesso: onde entram mil também podem entrar dois mil, o que realmente não funciona bem assim, uma vez que tal situação irá originar problemas sociais e económicos maiores para o país que recebe refugiados. Contudo, vamos pôr em cima da mesa a situação como ela realmente é: muitas pessoas não querem realmente receber os refugiados no seu país, porque temem o que pode acontecer a seguir. Por sua vez, esta “massa” de refugiados insiste em ter os seus países de eleição como destinos, dando-se ao luxo de descartar outros países e, então, onde está a humildade desta gente que foge do seu país para procurar ajuda noutros? O que estão eles dispostos a fazer, para poderem ter uma vida integrada na sociedade e nos países em que tanto querem entrar?
Assistimos a um dos maiores dramas humanos de sempre, esquecendo quem é arrastado para estes confrontos sem ter culpa de nada e, com isto, falo das crianças que continuam a ser postas em último plano e que, no fim, são as que têm zero culpas do egoísmo dos Homens numa sociedade que é cada vez mais materialista.