Segurança & Justiça

Fábio Guerra, mais uma das vítimas que a violência em Portugal fez. Os contornos do que aconteceu naquela noite só quem lá esteve poderá saber na sua plenitude, mas o resultado chegou ao conhecimento de todos nós. E agora?

“Noite Segura” é um programa da PSP, que se resume ao aumento de policiamento de proximidade junto de locais de diversão nocturna, e, garantir que tudo corra pelo melhor, de forma segura como o próprio nome indica. Mas e a presença de elementos das forças de segurança só por si resolverá, ou iremos ver comportamentos provocadores por parte do outro lado da barricada? Basta ver diversos episódios na noite algarvia, onde inúmeras agressões acontecem contra os militares da GNR que zelam pela segurança dos demais.

Segundo reza a história, Fábio Guerra e os seus companheiros, identificaram-se como agentes da PSP, e de que serviu? Garantiu uma carga de porrada e um desrespeito para com a tentativa de colocar a ordem. Não podemos ver um caso só e generalizar? Realmente não vamos generalizar, pois não é por um padre ser acusado de abusos sexuais que vamos condenar o Vaticano ou ainda olhar com olhos de desconfiança sobre qualquer partido político só porque José Sócrates, Armando Vara ou Isaltino Morais tiveram sentados no mocho, mas ainda assim, dá que pensar.

Que seria de Portugal se os homens e mulheres que garantem a segurança de todos os habitantes em Portugal, um dia dissessem “Basta”? Que seria se um dia não saíssem à rua para o serviço ou simplesmente entregassem as armas, junto da Assembleia da Republica?

Quem tenta garantir dia após dia a segurança de todo o cidadão em Portugal? Do padeiro, canalizador, barbeiro, desempregado, sem-abrigo, politico, médico, professor, magistrado, politico? Quem são eles?

Fábio Guerra antes de ser agente da PSP, era um homem de tenra idade com sonhos, filho amigo, colega de alguém. A família ficou destroçada, os amigos devastados, uma instituição mais pobre e uma sociedade mais podre e passados uns dias, a sociedade esquece e retoma a sua vida quotidiana, onde só se lembra quem perde alguém às mãos da violência que existe em Portugal.

Será que os contribuintes, cumpridores, respeitadores não merecem a segurança que todos tentam garantir? Não é só a existência de mais policiamento que vai garantir a segurança, pois o respeito pelo próximo deve ser incutido, manifestado e exercido por cada um de nós, até mesmo por quem decide neste Pais.

Como Fábio, já houve tantos outros, como Paulo Correia, jovem estudante que se encontrava na fila para entrar para uma discoteca, e por vezes penso, será preciso ser o filho ou amigo de alguém influente em Portugal para que algo mude, quer seja na segurança ou justiça aplicada?

O respeito, a par da liberdade é essencial para se viver em democracia, e como o professor disse “só entende a importância de respirar quem já teve a boca tapada”.

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