Old “Skool”

A miséria de uma criança interessa a uma mãe, a miséria de um rapaz interessa a uma rapariga, a miséria de um velho não interessa a ninguém.

– Victor Hugo

Falar ou escrever dos idosos é sempre uma linha muito fina e ténue, para quem tem coração e não uma pedra no sistema circulatório.

Sou suspeito, é um facto, pois não é fácil escrever ou transcrever ideias ou pensamentos, quando não suporto a hipocrisia do ser humano com a sua falta de consideração pelos mais velhos.

Há quem fale, escreva ou reporte a desertificação do interior do país, daqueles locais de que a malta sai em busca de uma vida melhor e não mais volta, mas e quem lá fica? São esquecidos, visitados ou abandonados?

Olhando para os lares, centros de dia, aqueles que pelos mais diversos motivos já visitei, vejo que aquilo mais parece uma sala de espera. Espera-se que a luz se apague, aquela luz que foram eles que acenderam a nós mais novos.

Sim, a minha luz e até a tua que lês este artigo foi ligada e alimentada pelos mais velhos. Aqueles que por vezes não garantes a tua paciência em virtude de já não possuírem uma boa audição ou visão e, aí, já não te lembras das vezes em que eles te levantaram do chão, quando caias a tentar andar de bicicleta.

Estamos a menos de dois meses da época natalícia, altura em que alguma malta envelhecida é esquecida pelos seus entes, que de queridos nada têm, mas que ainda assim esperam pelas heranças.

E é isto, é triste.

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