Todos sabemos o que significa partilhar. Mas saberemos todos o que realmente encerra este conceito? Hoje em dia está muito em voga este tópico da partilha, e do quanto é bonito sermos generosos, e até mesmo caridosos para com o próximo.
No entanto, o que pergunto é: Sê-lo-emos mesmo verdadeiramente uns com os outros? Ou a hipocrisia que domina este universo acaba por nos tornar generosamente hipócritas, e amigos de ajudar para que pareça bem e todos saibam quão bem feitores somos?
Nas redes sociais, então, nomeadamente no Facebook, se lemos ou visionamos algo de que gostamos, então partilhamos para que se perceba que também nós concordamos ou espelhamos na nossa forma de estar na vida, o que determinada frase ou fotografia encerra.
Banalizou-se este sentimento de partilha, como tantas outras riquezas que este tempo invernoso em que vivemos nos encerrou. Nada faz sentido quando não é feito com alma, e não vem verdadeiramente de dentro. Se não nos está na pele, então não vale a pena partilhar, ou sequer expressar. Temos que ser autênticos, sinceros e genuínos, sinónimos de nós mesmos tal qual somos por dentro, e não apenas porque queremos que nos considerem de esta ou de outra forma.
Pouco importa o que pensam de nós, se aquilo que pensam não corresponde à verdade.
O que é um facto é que cada vez mais se partilha e se vive um espírito de aparente solidariedade social, mas efetivamente cada um de nós acaba por se perder na carapaça do seu egoísmo e muitas vezes faz aquilo que considera ser o mais aceitável pelos outros.
Como diria Mark Twain:
“O desgosto pode tomar conta de si próprio, mas para tirar todo o partido de uma alegria, temos de ter alguém com quem a partilhar”
Devemos aprender a estar mais próximos dos que nos rodeiam… Procurar sentir a presença do outro, estar mais despertos para o toque, para a sensibilidade do ser humano. Existem momentos em que um abraço pode ser capaz de realizar maravilhas.
Quando bem apertado, ele ampara inseguranças, combate incertezas, chega até mesmo a ser capaz de sustentar lágrimas, em suma coloca a nostalgia de lado. Até as nossas energias físicas se sentem regeneradas com um abraço forte.
E partilhar é ter força para ser firme nos momentos difíceis, mas também é ter coragem para ser gentil, partilha é isso, é estar para os outros no momento em que eles precisam.
Fazer parte de uma família é partilhar sentimentos, é a manifesta vontade de querer estar na vida de alguém, enquanto as outras pessoas também queiram que nós façamos parte das suas.
Família é uma aceitação mútua que aumenta o número de sorrisos, que conquista o coração e ganha um espaço especial na vida de cada um, é uma bênção que nos ajuda neste difícil percurso da nossa existência.