E tu? Como olhas para o dinheiro?

“Muitos de nós olhamos para o dinheiro como o inimigo, essa força maligna que nos impede de viver o que é suposto, de termos ou de fazer as coisas de que gostamos.

Muito poucos de nós vêem o potencial que o dinheiro tem para nos trazer alegria, gratidão e felicidade – especialmente quando o damos livremente e com a mesma energia positiva com que o recebemos.

Como podemos cultivar uma relação mais positiva com as nossas finanças?”

A relação que criamos com o dinheiro tem, acima de tudo, a ver com três factores que poderão, ou não, ser condicionantes. Tem a ver com a nossa proveniência, o meio onde nascemos e crescemos, com o montante auferido e ainda com as nossas prioridades.

Normalmente, aprende-se seguindo exemplos, daí a nossa proveniência ser uma condicionante porque aquilo que vivenciamos enquanto crescemos, irá, indubitavelmente, influenciar a nossa maneira de estar e de pensar e, consequentemente, irá influenciar o nosso futuro.

Isto é, se por um lado crescemos no seio de uma família que está habituada a poupar, amealhando e pensando no futuro, o mais provável é que fiquemos com esse ensinamento.

Por outro lado, se os membros da família estão habituados a gastar desmedidamente, sem qualquer preocupação com o amanhã, é natural que seja difícil equacionar outro modo de vida.

O meio onde estamos inseridos irá influenciar também o percurso académico. Infelizmente não é assim tão linear, porém, na teoria, mais estudos significa melhores oportunidades de trabalho e, consequentemente, melhores salários.

A maneira mais fácil e pragmática seria interiorizar que, se ganhamos, hipoteticamente falando, 500 €, teremos que saber gerir e viver com esse montante e não nos compararmos com quem ganha 1000 €.

Um dos grandes problemas das famílias hoje em dia é o sobre-endividamento, que provém precisamente dessa estranha mania de querer viver acima das possibilidades.

E muitas das vezes não tem a ver com necessidades próprias e/ou básicas, mas sim com exibicionismo e o não querer ficar atrás de ninguém.

Entramos então no campo das prioridades. Há prioridades para todos os gostos: há quem dê prioridade à saúde, outros dão prioridade à casa, outros ao ‘laser’ e outros ainda ao seu aspecto.

Penso que, de uma forma geral, estas serão as prioridades principais, não forçosamente por esta ordem, que são legítimas, porém, indissociáveis, pois umas poderão condicionar as outras. (O tal círculo vicioso de que tanto se fala: sem saúde não há trabalho, sem trabalho, não há dinheiro, sem dinheiro, não há casa – entenda-se lar e tudo o que lhe é inerente – nem ‘laser’ e, sem isso, não há saúde).

A falta de sensibilidade para com as prioridades pode deitar tudo a perder.

E posso passar a citar alguns exemplos:

  • Há pessoas que não vivem, limitam-se a sobreviver só para amealhar dinheiro, muitas das vezes para terem uma herança para deixar aos filhos;
  • Outros gastam tudo consigo próprios esquecendo-se das necessidades dos filhos (famílias carenciadas, crianças sujas e descalças, porém os pais têm um telemóvel topo de gama);
  • Outros, ainda, trabalham para poder pagar tarefas que poupariam se fossem eles próprios a executá-las e muitos mais exemplos haveria para dar.

Para (quase) tudo é preciso dinheiro e não é certamente a primeira vez, nem tampouco será a última, que falo sobre equilíbrio. A chave está definitivamente no utópico e inalcançável equilíbrio. Se tivermos o discernimento suficiente para saber viver em equilíbrio, a nossa relação com o dinheiro será, sem sombra de dúvida, muito mais agradável.

Nota: Este artigo foi escrito seguindo as regras do antigo acordo ortográfico

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