A linha azul

Poderia ser um trajecto de minibus turístico ou ainda o metro com o nome de andante, mas não. A linha azul é a linha que separa o Crime da Justiça. Falamos então, das forças de segurança.

Há uns bons anos (e falo por mim), tenho a ideia de que muita Justiça se fazia sem sequer ser necessário ir à esquadra, ao posto e, por última instância, ao tribunal. O que aconteceu nos últimos 25 anos?

A violência nunca foi a solução. Certa ou errada, não foi senão a aplicada de forma estritamente necessária. Contudo, o que é estritamente necessário? É aqui que a porca torce o rabo e o que não faltam são “bófias” de bancada.

O que aconteceu nos últimos 25 anos? Pergunto novamente. A violência aumentou, o crime aumentou e a força do martelo da Justiça está cada vez mais leve. E lanço outra pergunta: Porquê?

Há quem diga que são as chefias que não apoiam, outros apontam o dedo à falta de preparação de quem anda no terreno e ainda dizem alguns ser culpa do governo. Afinal, em que ficamos?

Temos Policias e Guardas em processos de averiguações, suspensos, onde basta um “ai” por parte de um comum cidadão e lá está o azul metido em trabalhos. Vale o esforço de meter a pele em risco para depois se ficar entalado? Falar é fácil, mas no calor do momento, é que se sabe a reacção, e se for dura, pode vir com mais força ainda contra quem a teve.

Vejo elementos do Parlamento (e aqui aponto o dedo ao Sr. Rui Rio), onde exige explicações sobre a atitude dos “guardas” em Reguengos de Monsaraz. Tive que soltar uma valente gargalhada. Quem julga ser este senhor para questionar o comportamento de quem está na rua, no alcatrão? Gostaria de saber se também questiona a senhora da charcutaria, quando a mesma fatia o queijo e fala com a colega ao mesmo tempo.

Todos apontam o dedo, perguntam, sugerem e nada fazem.

Não é uma questão de cor política, muito menos de minorias, associações defensoras disto, daquilo e do outro.

Sugiro a quem tem o poder de decidir, um exercício, que escreva ROSA numa folha de papel, pode ser até num daqueles retiros de reflexão sentado na sanita. ROSA, onde trocado por miúdos dá, Realidade, Objectivo, Solução e Acção.

Sugiro que veja a realidade em que nos encontramos e pense no objectivo que pretende alcançar. Feito? Então, arranje a solução e meta mãos à obra para a acção a tornar realidade.

Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.

Share this article
Shareable URL
Prev Post

A liberdade não tem preço…

Next Post

Ao Cair do Pano

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Read next