Viajar: a melhor escola que podemos ter

Viajar é a melhor escola. É como um súbito distúrbio no padrão da vida.

– Jean-Paul Sartre

Sob o olhar atento do viajante o mundo desfila através de inúmeras imagens, sons e ritmos que se descobrem nas paisagens por onde se passeia, e que nos envolvem na descoberta de novos locais, à medida que nos misturamos em realidades por vezes tão diferentes das que conhecemos.

A diversidade de lugares que se podem descobrir aliada à variedade de aromas e sabores que se sentem, ajudam-nos a ser mais humanos e mais conhecedores das questões que assolam os outros que como nós habitam este planeta.

O olhar de quem está de fora é sempre mais crítico e a análise tende a ser também ela mais acutilante, porque não conhecemos o ambiente por onde andamos, os nossos sentidos estão mais apurados e despertos para as realidades, cores e paisagens que se nos vão deparando.

A magia da viagem que nos conduz fora de portas é semelhante e pode ser comparada ao encantamento da serpente que sobe do cesto de verga onde se encontra aninhada, à medida que ouve o som da flauta que soa e que a estimula a subir pela cesta acima, é assim também quando visitamos um novo país, ou até mesmo uma nova região que não conhecíamos no nosso país.

O fator descoberta aflora em nós a sensação do quanto ainda temos na vida por descobrir e mais ainda, o que temos por construir e melhorar na nossa existência e no nosso dia-a-dia.

Enfim, viajar motiva-nos para o que de melhor temos, a capacidade de fazer bem sem esperar que retribuam. Ser feliz tem destas coisas, não nos importamos se os outros agradecem/reconhecem, ou não, importa o que fiz, e mais do que isso, fiz sem esperar qualquer contrapartida.

Porque viajar é para mim sinónimo de felicidade, de sorriso nos lábios e brilhozinho nos olhos, é o mais puro estado em que todos os seres humanos deveriam sentir-se pelo menos uma vez na vida, em estado de graça.

É assim quando vamos de férias, ou de fim-de-semana, e nos despimos de todos os problemas que nos absorvem e atacam no quotidiano, para sermos simplesmente nós próprios. Seres livres de preconceitos e de opressões da sociedade que nos asfixia em obrigações e deveres consumindo-nos o ser, deixando-nos por vezes quase sem espírito, aquele que nos dá alento e nos torna diferentes de qualquer ser que existe sob este planeta azul, lindo e extraordinário que se designa por planeta terra.

Em suma, viajar é materializar o estado puro de felicidade por estarmos sem pressas nem compromissos, somos livres para simplesmente nos dispormos a conhecer novas realidades e vivências que nos encham o coração e nos animam a alma. No entanto, no momento do regresso à nossa realidade esta ganha novo um encanto, porque estivemos afastados durante algum tempo, o que nos provoca até uma certa nostalgia no peito e nos arranca um suspiro no momento de entrar em casa e voltar àquele que é o nosso pequeno território neste universo, a nossa casa.

Porque, como diria Mark Twain, “daqui a vinte anos, você não terá arrependimento das coisas que fez, mas das que deixou de fazer. Por isso, veleje longe do seu porto seguro. Explore. Sonhe. Descubra.”

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