A street sign with a broken heart on it

Machismo/Misoginia: será um problema genético ou de educação?

Infelizmente a sociedade sempre foi assim: muitos homens magoam as mulheres, chamam-lhes nomes, inferiorizam-nas e reduzem o seu poder.

Por que é que eles fazem isso?

Que tipo de homens são estes?

Por que é que determinados homens magoam as mulheres?

É inquestionável que um profissional da área da psicologia teria respostas bem mais adequadas para todas estas questões, as quais teriam como base estudos científicos e sociais.

Porém, o conhecimento empírico, aquele conhecimento que se adquire através da experiência e da observação dos comportamentos das pessoas no nosso quotidiano, é, também ele, válido até pela pureza com que se fazem certas aferições despojadas de qualquer influência académica pré-concebida.

Neste contexto, e reiterando que esta minha opinião além de pessoal se baseia no conhecimento empírico, penso que este comportamento misógino por parte de alguns homens se deve não só à maneira como eles foram criados, ou seja, deve-se em grande escala à educação que tiveram e aos exemplos que vivenciaram ao longo do seu crescimento, mas também ao tipo de mulheres com quem convivem ou que têm a seu lado.

Conheço casos onde há, por exemplo, dois irmãos, uma mulher e um homem e o homem sempre foi muito mais protegido pela mãe, fazendo esta tudo o que era suposto ele ajudar a fazer: arrumar, limpar, cozinhar, enquanto a filha foi educada à semelhança da sua mãe, isto é, a ter a obrigação de fazer todas as tarefas. Ou seja, essa criança cresceu pensando que, só porque é mulher, tem obrigações e, pior que isso, não tem escolha.

Há também aqueles casos de mulheres submissas, umas a troco do básico como uma casa para morar e outras a troco de luxos, o que poderá levar os homens a pensar que todas as mulheres têm o mesmo modo de pensar e estarão na disposição de aguentar tudo e de tudo com o intuito de obter algo em troca.

Com a exceção de algumas sociedades matriarcais onde a mulher tem o papel preponderante, ao longo da história a mulher esteve, e infelizmente ainda continua a estar associada ao papel de “faz tudo”, que para além de não ser valorizado é, ainda, diminuído.

Atualmente, a mulher trabalha fora, mas em muitos casos não por emancipação, mas por necessidade, continuando, no entanto, a ter a seu cargo as tarefas domésticas e cuidar dos filhos.

Por um lado, e felizmente, esta tendência está a querer dar sinais de mudança, e os homens modernos já entendem que podem e devem participar nas tarefas e ajudar, havendo uma saudável distribuição das mesmas consoante as disponibilidades de cada um.

Por outro lado, é com tristeza e consternação que continuam a verificar-se casos graves de maus tratos, quer físicos, quer psicológicos.

Por muito que se tente arranjar uma explicação para esse tipo de comportamentos, a questão será sempre equiparável à velha estória da galinha e do ovo: nascerão os homens já com uma predisposição genética para esses comportamentos machistas, ou a culpa é das mulheres com quem com eles convivem que os levam a acreditar que tudo lhes é permitido?

Uma última tentativa de explicação para esse tipo de comportamentos, será também o facto de algumas mulheres terem um grau académico superior, ou serem mais bem sucedidas ao nível profissional, chegando até a auferir um ordenado mais apelativo. Tudo isto serão motivos para, pensando eles que são o “sexo forte”, se sentirem diminuídos e esse complexo de inferioridade poderá despoletar essas e outras atitudes dignas de repúdio.

Em suma, independentemente das razões que motivam ou incitam estes comportamentos, o importante é conseguir travá-los, evitá-los e, acima de tudo, saná-los, rumo àquela desejada e merecida igualdade.

Nota: Este artigo foi escrito seguindo as regras do antigo acordo ortográfico.

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