A team “no bra”, como tentativa de libertação da mulher do uso do sutiã e afirmação da igualdade dos sexos, tem ganho cada vez mais adeptos em todo o mundo. Tudo começou em 1968, quando um grupo de mulheres queimou os seus sutiãs, pestanas falsas e itens destinados à mulher num protesto contra a “Miss America” e contra os padrões tradicionais de beleza feminina.
2016 foi o ano em que este movimento foi impulsionado, em grande parte, pelas redes sociais. Em Maio do ano passado, Kaitlyn Juvik decidiu ir para a escola sem sutiã, causando a estranheza e repúdio por muitos daqueles que se cruzavam com ela.
A jovem não mudou a sua atitude, indo contra todos os estereótipos da sociedade. “Isto é sobre igualdade de género e educar as pessoas a não sensualizarem o corpo feminino. Nos temos sempre que fazer coisas para que os homens se sintam confortáveis. Se o meu peito te faz desconfortável, porque é que me olhas desse género?”, revela Juvik.
Numa demonstração de apoio, a campanha “No bra, No problem”, impulsionou muitas jovens a não usarem sutiã e a postarem fotografias nas redes sociais. Contudo, muitas pessoas não se sentem à vontade a não usar sutiã, ou porque têm a ideia de que o sutiã é necessário para dar suporte ao peito.
O médico francês Jean-Denis Rouillon, estuda os efeitos do uso do sutiã, analisando o busto de dezenas de mulheres voluntárias. De acordo com os resultados preliminares, as mulheres entre os 18 e os 35 anos que participaram no seu estudo, o mamilo voltou a subir numa média de sete milímetros por ano sem o uso do sutiã. “Apesar de não ter a resposta no momento, é um problema que vale a pena ser levantado”, conclui Rouillon, afirmando que ainda não há uma resposta científica que comprove que o uso do sutiã mantém os seios levantados.
Sabemos que a moda e a sociedade se influenciam mutuamente. A tendência instalou-se. A “no-bra trend” captou a atenção de várias celebridades. Kendall Jenner, Rihanna e Jennifer Aniston são alguns dos nomes que lançaram a “no-bra trend”. Constata-se que a venda de sutiãs desceu em 56% no ano passado. A Victoria’s Secret, a conceituada marca de lingerie feminina, inova e cria uma linha de sutiãs mais naturais e confortáveis, apostando nesta nova visão. O movimento “no bra” vai saindo da sombra com uma imagem renovada, ganhando cada vez mais força numa sociedade em mudança.