
Eu sou magro. Tu és gordo.
Eu sou alto. Tu és baixo.
Eu tenho voz grave. Tu voz aguda.
Eu gosto de artes marciais. Tu gostas de desportos motorizados.
Eu gosto de cantar. Tu gostas de tocar.
Eu gosto de Rock. Tu gostas de Pop.
Eu gosto de ver futebol. Tu gostas de ver rugby.
Poderia continuar o resto do dia a enumerar diferenças que podem ser encontradas numa escola. Cada um de nós tem qualidades e defeitos. Cada um de nós é especial!
Vindos de diferentes países. Vindos de diferentes culturas. Vindos de diferentes estatutos sociais. Se cada um de nós é diferente, se cada um de nós tem diferentes experiências, se cada um de nós, baseado nas suas experiências, tem diferentes maneiras de abordar a vida, devemos nós dar primazia à uniformização?
E SE EU ESCREVESSE TUDO EM MAÚSCULAS? ou então se eu escrevesse tudo em minúsculas? Muitos iriam dizer que estava errado e, de facto, todos nós sabemos que está errado. Todos temos a consciência que devido á alteração entre letra maiúscula e minúscula percebemos em que parte do texto estamos. Como poderíamos, então, perceber este facto se não houvesse alteração nas letras?
Talvez isto seja uma fraca comparação, mas lá, no fundo, dá para entender que, não havendo diferenças, não existiria equilíbrio. Num mundo em que cada vez mais as redes sociais são utilizadas para comunicar, que reacção teria eu a alguém que me escrevesse tudo em maiúsculas?
De facto, iria pensar e perguntar: “Bem, estás chateado comigo, mas que fiz eu para que haja todo este aborrecimento da tua parte?” Ao que me seria respondido: “Aborrecido? Eu? Não, apenas me esqueci de tirar o Caps Lock.”
Pois é, na minha opinião, são as diferenças que nos tornam especiais. São as diferenças que fazem o mundo progredir. Sim, eu sei que existem muitos pontos de vista e que nem todos concordam comigo, mas tal e qual como uma mulher não gosta de ver outra com a roupa igual, nenhum de nós, humanos, gosta de ser comparado ou ser imitado. Porque motivo, quando alguém nos imita, fazemos sempre troça chamando-lhe macaquinho de imitação?
Não concordo com que hajam uniformes na escola, pura e simplesmente porque acho estupido. Cada um tem o direito de usar a roupa com que se sente melhor. Cada um tem o direito de andar como acha que deve andar, desde que não falte ao respeito a ninguém. No entanto, vejo também a outra face da moeda. Se hoje em dia existe tanta falta de respeito e tanta falta de pudor, deve existir intervenção. Contudo, devemos nós ser extremistas ao ponto de obrigar pessoas a usar uniformes, mesmo que haja uma justificação plausível?
É neste ponto que vem a típica contra-argumentação que faz com que a maioria dos debates terminem: “Usar uniformes nas escolas, permite uma melhor integração, relativamente a pessoas de diferentes estratos sociais.” Ao que eu ainda contra-argumento: Usar uniformes para combater desigualdades não vai fazer com que as desigualdades desapareçam, pelo que sou apologista do não uso de uniformes.
Fora da escola não vão existir uniformes para que não hajam desigualdades. Elas vão existir e muito mais acentuadas. Para mim, o caminho é a sensibilização e o conhecimento que os alunos podem e devem ter do mundo exterior. Permitindo assim criar um sentimento de aceitação, por forma a que as crianças, adolescentes e jovens deixem de ser preconceituosos.