Visitar um museu é alargar horizontes. Há quem o faça pela aquisição de novos conhecimentos, por mera curiosidade, pela necessidade de descansar os olhos em algo belo. E há museus para todos os gostos: de arte (de diferentes tempos históricos), de arqueologia, de ciências, de etnologia, de teatro, de música, de farmácia…
Mas também há quem não se desloque a estes espaços por sentir que ali não é o seu lugar, considerando-os demasiado intelectuais ou desconfortáveis, com um discurso difícil e uma forma de comunicação com o visitante muito distante e fria. Embora não concordando totalmente com este grupo de pessoas, compreendo-as. Para as gerações anteriores, visitar um museu não fazia parte da sua rotina de estudante ou de adulto. Eram espaços encarados como demasiado eruditos para populações que, muitas vezes, apresentavam graus de literacia baixos. Já para as gerações atuais, poderá ser difícil resistir aos mil e um estímulos exteriores do mundo contemporâneo.
Mas a sociedade portuguesa evoluiu e considero que atualmente se encontrou um meio termo. Os museus modernizaram-se, procuraram conhecer melhor o seu público e os seus interesses. Diversificaram-se as iniciativas, com atividades para todas as idades, que incluem cursos, workshops, visitas guiadas, entre outras possibilidades. Exploram-se espaços expositivos, mas também cafetarias, jardins, livrarias, lojas de recordações.
O estado ou as instituições que os regulam, criaram programas que permitem visitas gratuitas. Basicamente, tem sido percorrido um caminho através do qual se desmistificaram os museus como espaços apenas visitáveis pelos eruditos.
Por outro lado, as pessoas deixaram os receios de lado e aventuraram-se a conhecer novos espaços. Permitem-se aprender e experienciar coisas novas. Tornou-se cada vez mais comum visitar um museu ou uma exposição. E fazemo-lo sozinhos, em família, com amigos. O que é preciso é ir.

A fruição de um espaço museológico é algo muito pessoal. Sou frequentadora assídua destes equipamentos culturais já há muitos anos. As minhas primeiras visitas foram realizadas em âmbito escolar. Depois, fruto do interesse pela área da história, comecei ainda jovem a procurá-los por minha iniciativa. Volto ao mesmo museu várias vezes, tanto para conhecer um pouco mais a exposição permanente, como para visitar as exposições temporárias. Aproveito também para usufruir de algumas atividades e, sempre que possível, dos jardins e espaços exteriores.
Os que mais me atraem, por defeito de formação, são os museus de arte ou de temáticas como a história e a arqueologia. Confesso que por vezes me deparo com desafios nos museus de ciências, onde considero alguns discursos intimidatórios. Contudo, o enorme esforço que tem sido realizado para tornar a comunicação compreensível a leigos é louvável. Por exemplo, o recurso à tecnologia é uma forma que considero aliciante e facilitadora da aprendizagem. E muitas vezes é quando saímos da nossa zona de conforto que o espanto é maior e a aprendizagem é mais palpável.
Quando estou de férias também frequento estes espaços. Adoro os pequenos museus locais, por norma municipais, que nos permitem conhecer melhor o local onde estamos, as suas raízes, hábitos e cultura, ou algum elemento da sociedade que se destacou. Se tenho a oportunidade de estar fora do país, a visita a alguns espaços museológicos é mandatória, pela excelente oportunidade que oferecem de conhecer um país, um povo e os nomes maiores da sua cultura, que por vezes coincidem com personagens incontornáveis da cultura mundial.
Procuro ativamente conhecer mais. Porque isso me faz sentir mais inteira e mais feliz. Para os que ainda não se decidiram a visitar um museu, convido-vos a ir. Talvez para desmistificar a ideia de inacessibilidade de um museu, poderão começar por visitar algo do vosso interesse e depois, a partir daí, explorar outras temáticas. Ou então não, por vezes dar um salto para o desconhecido pode ser uma boa forma de começar uma nova aventura.
Um museu é um mundo com mundos por dentro, que nos permite deslindar melhor os nossos próprios mundos interiores. Portanto, o melhor é mesmo ir!
Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do Novo Acordo Ortográfico.